terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!


Desejo a todos um feliz Natal!
Neste dia que celebramos o nascimento do Menino Jesus, nascido da Virgem Maria, concebido pelo Espírito Santo, filho de Deus e Nosso Salvador.
Honras, Glórias e Louvores a ti, Senhor dos Exércitos!

Desejo também um excelente 2008, de bênçãos e sucessos pessoais, cheio de Paz e esperança.

Que Deus abençoe todos nós,

+++
Dani

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Dia da Consciência Negra?


Citando:

Os nossos “mestiços” são “mestiços”, não são negros coisa nenhuma. E eles são 41% da população. Negros são 6%. E 52% são brancos. Essa é a realidade do Brasil. E os pais dos mestiços os quiseram mestiços. Não fosse para se misturar, teriam escolhido alguém com a cor de sua pele para fazer filhos. Porque em nossa história há aqueles elementos de que fala Gilberto Freyre acima. A militância pela “discriminação positiva” passou a ser um meio de vida, uma profissão, que só prospera porque não se cumpre o estado de direito à risca. Ou todos são iguais perante a lei, ou se está fraudando o regime democrático. A aplicação de cotas raciais só existe porque o mundo jurídico brasileiro se acovardou, com medo da militância estridente.
Mas a frase que mais gostei foi:

O melhor remédio contra a esquerda ainda é a alfabetização.


(na íntegra, no Blog do Reinaldo Azevedo)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Radar Anti-Cristão: "A Bússola de Ouro"

***ATENÇÃO CRISTÃOS !!! ***

Conforme divulga Bill Donohue, presidente da Liga Católica Americana (em artigo de 5 de Outubro , também noticiado pela ACI Digital), o filme "A Bússola de Ouro" (The Goldem Compass) esconde as intenções atéias e anti-cristãs de seu criador, o escritor e ateísta declarado Philip Pullman.

"A Bússola de Ouro", primeiro livro da trilogia "Fronteiras do Universo" (cuja própria tradução portuguesa esconde o significado real da série - do Inglês "His Dark Materials" se lê: "Seus Materiais Sombrios") seria o mais "leve" e menos ofensivo dos três livros, sendo "The Subtle Knife" (A Faca Sutil) e "The Amber Spyglass" (A Luneta Ambar) mais diretos e anti-Cristãos.

O autor "mata Deus" (um dos personagens na série), e em entrevista a alguns anos disse: "Estou tentando abalar a base da crença Cristã".

O fato do primeiro ser menos ofensivo faz dele uma sutil mas perigosa porta de entrada para a série que nada mais quer que difundir os conceitos ateus a jovens e crianças (veja infeliz crítica favorável em importante livraria on-line brasileira que ignorantemente compara um ateu assumido com o Católico e renomado Tolkien - da série "O Senhor dos Anéis").

O que a liga Católica sugere e acredito ser uma ótima idéia, e o boicote desse filme e dos livros da série, pois tudo o que os Cristãos de hoje menos precisam é de mais uma série contra nossa Fé Cristã.

Não se enganem com falsas propagandas favoráveis, meus irmãos e irmãs. Infelizmente a famosa atriz Nicole Kidman e parte do elenco.

"Não vos deixeis enganar: Más companhias corrompem bons costumes". (1Cor 15,33)


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Ortodoxos mais próximos de Roma


Em um momento histórico, as Igrejas Católica e Ortodoxa divulgam documento conjunto ("Conseqüências eclesiológicas e canônicas da natureza sacramental da Igreja. Comunhão eclesiástica, conciliaridade e autoridade") onde pela primeira vez em quase mil anos da separação das Igrejas Ortodoxas, o primado Petrino é aceito em comum acordo. Destaques do documento (quotado de ACI Digital):

- primeira vez os ortodoxos reconhecem a existência de um tipo de "primado" do Bispo de Roma na praxe da Igreja antiga
- primeira vez as Igrejas ortodoxas disseram que sim, que existe este nível universal da Igreja
- também existe um primado: segundo a praxe da Igreja antiga, o primeiro bispo é o bispo de Roma"
- pela primeira vez, os expoentes do mundo ortodoxo aceitam discutir do primado petrino

Ainda pendente o problema da sempre resistente Igreja Russa, que abandonou a assembléia, esse é mais um importante passo para a reunião das Igrejas do Oriente com a Igreja de Roma Ocidental. Que honra para nós participarmos de tamanho evento.

Oremos a Deus pela união Cristã.

(mais CWN, Dominus Vobiscum)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Mãe, Maria, Aparecida - 12 de Outubro



Comemoramos hoje (Dia 12 de Outubro) a Solenidade da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, cuja imagem foi encontrada no Rio Paraíba pelos pescadores da região no ano de 1717, o vigário de Guaratinguetá na ocasião era o Padre José Alves Vilela (1715 a 1745). No início, a pequena imagem da Senhora da Conceição foi levada para a casa de um dos pescadores, Filipe Cardoso. Em 1737, foi edificada num oratório e prestavam-lhe culto os moradores das redondezas. Em 1745 foi construída uma igreja em sua homenagem. Em 24 de Junho de 1888, o templo foi solenemente benzido e, hoje, é chamado de "básilica velha". A monumental basílica actual foi consagrada pelo Papa João Paulo II no dia 04 de Julho de 1980. Desde os primeiros cultos dedicados a Nossa Senhora pelos pescadores (oração do terço e outras devoções) até nossos dias, os peregrinos jamais cessaram de depositar aos pés da Virgem Aparecida as suas súplicas, dores, sofrimentos e alegrias. Foi em 28 de outubro de 1894, como padres capelães e missionários de Nossa Senhora Aparecida, que chegaram os primeiros padres e irmãos redentoristas, vindos da Baviera, a convite pessoal de Dom Joaquim Arcoverde, então Bispo de São Paulo. Daí em diante os filhos de Santo Afonso têm prestado assistência religiosa às multidões de romeiros que visitam o Santuário. Actualmente, são milhões os romeiros que se dirigem à cidade de Aparecida do Norte, a fim de agradecer e pedir graças.

Os triunfos da "Senhora Aparecida" começaram com as romarias paroquiais e diocesanas. A primeira realizou-se a 08 de Setembro de 1900, com 1200 peregrinos vindos de comboio, de São Paulo, com o seu bispo. Hoje os romeiros são milhões vindos de todo Brasil e dos países vizinhos. No dia 08 de Setembro de 1904, na presença do Núncio Apostólico, de 12 bispos e de uma grande multidão de peregrinos do Rio, São Paulo e das cidades do Vale do Paraíba, o bispo de São Paulo, Dom José Camargo Barros, coroou solenemente a veneranda Imagem com a preciosa coroa oferecida pela Princesa Isabel. No ano de 1929, no encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada a Rainha do Brasil, sob invocação de Aparecida.

Foi em 31 de Maio de 1931 que, a imagem aparecida foi levada ao Rio, para que diante dela, Nossa Senhora recebesse as homenagens oficiais de toda a nação, estando presente também o Presidente da República, Getúlio Vargas. Nossa Senhora foi aclamada então por todos "RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL". A devoção do povo brasileiro a Nossa Senhora, a peregrinação da Padroeira por toda a Pátria, a abertura de vias rápidas de condução e uma equipe especializada de sacerdotes e irmãos coadjutores puseram a Aparecida entre os maiores centros de peregrinação do mundo.

(fonte: Evangelho Quotidiano)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

São Francisco de Assis - 4 de Outubro



São Francisco de Assis, nasceu na cidade de Assis, Úmbria, Itália, no ano de 1182, de pai comerciante, o jovem rebento de Bernardone, gostava das alegres companhias e gastava com certa prodigalidade o dinheiro do pai. Sonhou com as glórias militares, procurando desta maneira alcançar o "status" que sua condição exigia, e aos vinte anos, alistou-se como cavaleiro no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo papa, mas em Espoleto, teve um sonho revelador no qual era convidado a seguir de preferência o Patrão do que o servo, e em 1206 , aos 24 anos de idade para espanto de todos, Francisco de Assis abandonou tudo: riquezas, ambições, orgulho, e até da roupa que usava, para desposar a Senhora Pobreza e repropor ao mundo, em perfeita alegria, o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra sua sociedade burguesa.

Já inteiramente mudado de coração, e a ponto de mudar de vida, passou um dia pela igreja de São Damião, abandonada e quase em ruínas. Levado pelo Espírito, entrou para rezar e se ajoelhou devotamente diante do crucifixo. Tocado por uma sensação insólita, sentiu-se todo transformado. Pouco depois, coisa inaudita, a imagem do Crucificado mexeu os lábios e falou com ele. Chamando-o pelo nome, disse: "Francisco, vai e repara a minha casa que, como vês, está em ruinas".

Com a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos, Francisco deu início à sua vida religiosa. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores ou Franciscanos, cuja ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III. Santa Clara, sua dilecta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. Neste capítulo da vida do santo é caracterizado por intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar aos homens, frequentemente armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de Paz e Bem. Em 1220, voltou a Assis após ter-se aventurado a viagem à Terra Santa, à Síria e ao Egipto, redigindo a segunda Regra, aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, que assinalou a sua perfeita configuração a Cristo, até fisicamente, com o sigilo dos estigmas, recebidos no monte Alverne a 14 de setembro de 1224.

(fonte: Evangelho Quotidiano)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Santa Teresinha do Menino Jesus - 1 de Outubro


"Não quero ser Santa pela metade, escolho tudo".

Francesinha, que nasceu em Aliçon 1873, e morreu no ano de 1897. Santa Terezinha não só descobriu no coração da Igreja que sua vocação era o amor, mas sabia que o seu coração - e o de todos nós - foi feito para amar. Terezinha entrou com 15 anos no Mosteiro das Carmelitas, com a autorização do Papa e sua vida passou na humildade, simplicidade e confiança plena em Deus.

Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus, pela salvação das almas, e na intenção da Igreja. Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o pai, livre igual a um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus, e tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou a pequena via da infância espiritual.

O mais profundo desejo do coração de Terezinha era ter sido missionária "desde a criação do mundo, até a consumação dos séculos". Sua vida nos deixou como proposta, selada na autobiografia "História de uma alma", e como intercessora dos missionários sacerdotes e pecadores que não conheciam Jesus, continua ainda hoje, vivendo o Céu, fazendo o bem aos da terra.

Proclamada principal padroeira das missões em 1927, padroeira secundária da França em 1944, e Doutora da Igreja, que nos ensina o caminho da santidade pela humildade em 1997, na data do seu centenário. ela mesma testemunha que a primeira palavra que leu sozinha foi: " céus "; agora a última sua entrada nesta morada, pois exclamou : " meu Deus, eu vos amo...eu vos amo ".

(fonte: Cancao Nova)

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

"Quem sou eu para vós?"


Evangelho do dia de hoje, segundo S. Lucas 9,18-22.

Um dia, quando orava em particular, estando com Ele apenas os discípulos, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» Responderam-lhe: «João Baptista; outros, Elias; outros, um dos antigos profetas ressuscitado.» Disse-lhes Ele: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «O Messias de Deus.» Ele proibiu-lhes formalmente de o dizerem fosse a quem fosse; e acrescentou: «O Filho do Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.»

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por : Papa Bento XVI
Exortação Apostólica Sacramentum caritatis, 77 (trad. DC 2377, p. 335 © copyright Libreria Editrice Vaticana)

"Quem sou eu para vós?"

É preciso reconhecer que um dos efeitos mais graves da secularização, há pouco mencionada, é ter relegado a fé cristã para a margem da existência, como se fosse inútil para a realização concreta da vida dos homens; a falência desta maneira de viver «como se Deus não existisse» está agora patente a todos. Hoje torna-se necessário redescobrir que Jesus Cristo não é uma simples convicção privada ou uma doutrina abstracta, mas uma pessoa real cuja inserção na história é capaz de renovar a vida de todos.

Por isso, a Eucaristia, enquanto fonte e ápice da vida e missão da Igreja, deve traduzir-se em espiritualidade, em vida «segundo o Espírito» (Rm 8, 4s; cf. Gal 5, 16.25). É significativo que São Paulo, na passagem da Carta aos Romanos onde convida a viver o novo culto espiritual, apele ao mesmo tempo para a necessidade de mudar a própria forma de viver e pensar: «Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito» (12, 2). Deste modo, o Apóstolo das Gentes põe em evidência a ligação entre o verdadeiro culto espiritual e a necessidade duma nova maneira de compreender a existência e orientar a vida. Constitui parte integrante da forma eucarística da vida cristã a renovação da mentalidade, pois «assim já não seremos crianças inconstantes, levadas ao sabor de todo o vento de doutrina» (Ef 4, 14).

(de Evangelho Quotidiano http://evangelhoquotidiano.org/ )

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Nossa Senhora da Salette - 19 de Setembro


A Congregação dos Missionários de Nossa Senhora da Salette (Congregatio Missionarii Dominæ Nostræ a Salette) ou (Missionarii Salettini) (MS): é uma congregação religiosa da Igreja Católica fundada em 1 de maio de1852 por Dom Felisberto Bruillard, bispo de Grenoble com a missão de transmitir aos homens a mensagem que a Virgem Maria dera a duas crianças, Maximino e Melânia, numa aparição, no dia 19 de setembro de 1846, na montanha da Salete, no [[Arcipreste|arciprestado] de Corps, nos Alpes franceses. A Virgem Maria passou a ser venerada em Salette com o título de ‘’Reconciliadora dos Pecadores’’ (Reconciliatrix Pecccatorum).
(Wikipedia)

História da Aparição de Nossa Senhora da Salette

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Mistérios do Monte

Qual a importância do Monte Carmelo?

Foi como Nossa Senhora do Carmo, vestida de marrom, com um Escapulário, que a Santa Mãe apareceu em Fátima, Sua última grande aparição, em 1917.

O que Ela estava dizendo como Carmo?

No Antigo Testamento, foi na região montanhosa conhecida como Carmelo que Elias viu uma nuvem que muitos acreditam prefigurar a Santa Mãe. Se isto parecer apócrifo, foi lá onde o devoto Profeta batalhou com os profetas de Baal.

Localização: na metade do caminho entre Nazaré e o Mar da Galiléia. Esta reunião entre Deus e Seu povo em Carmelo, nos tempos Bíblicos, prenunciou o tempo quando Deus, na pessoa de Cristo, novamente reencontraria Seu povo como Lider e Salvador, como um web site descreve.

Foi lá onde eremitas, durante as Cruzadas, tomaram as cavernas como residência - muitas das quais são hoje estudadas devido aos restos dos primeiros humanos anatomicamente modernos. Eles mais tarde formaram os Carmelitas.

Aquela ordem que posteriormente produziria santos como Santa Teresa de Ávila, Santa Terezinha (a pequena flor) e São João da Cruz.

Em 1261, a Santa Mãe apareceu a São Simão Stock, e com estas palavras introduziu o Escapulário: "Tome, amado filho, este escapulário de vossa ordem, como um sinal de minha irmandade, e para tu e todos os Carmelitas, um sinal especial de graça; quem quer que morra usando este traje, não sofrerá o fogo eterno. É um sinal de salvação, de proteção a perigos e uma promessa de paz e de aliança."

O corpo aparentemente incorruptível de uma freira Carmelita está atualmente sob investigação perto da cidade de Allentown, Pensilvania. Enquanto isso, não se esqueçam que a vidente de Fátima Lúcia dos Santos, se tornou uma Carmelita.

Porque Carmelo?

Existe um significado profético?

Haverá algum novo elo em breve?


(tradução de Daniel do Valle com a permissão escrita do autor (thanks Michael for the opportunity and God bless!) - veja original em http://www.spiritdaily.com/carmel.htm e visite www.spiritdaily.com para mais notícias - utilização permitida se fornecidos os devidos créditos e web links)

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

São Charbel - 24 Julho


Charbel, cujo nome de batismo era José, nasceu em Buga-Kafra, povoação do Norte do Líbano, em 1828. Filho de numerosa família pobre, mas profundamente religiosa, órfão de pai em tenra idade, desde criança sentia o chamamento de Deus para a vida religiosa. Aos 20 anos entrou no mosteiro da ordem libanesa maronita em Maifuc, seguindo depois para Annaya. No noviciado recebeu o nome de Charbel, santo martirizado em Edessa, cuja festa é celebrada pelos maronitas no dia 5 de Dezembro. Foi ordenado sacerdote em 1859. No ano seguinte, por pouco escapou à horrível invasão turca, na qual morreram milhares de jovens cristãos e muitas igrejas e mosteiros foram saqueados e destruídos.
A sua vida religiosa resumia-se à prática da profissão evangélica e da austeridade, à assiduidade na oração e à obediência aos superiores. Em 1875, Charbel obteve licença para viver como eremita no ermo dos santos apóstolos Pedro e Paulo, a 1200 metros de altitude. Procurava, assim, viver na maior austeridade de vida com mais rigor ainda do que no convento. Charbel não foi pregador nem missionário. Contudo, seu eremitério era muito procurado para conselho e orientação espiritual. No dia 16 de Dezembro de 1898, no momento da elevação da hóstia e do cálice, sentiu-se arrebatado numa visão: era o fim da missa de sua vida terrena. Levada para a sua cela, estendido sobre tábuas nuas com um pedaço de madeiro por travesseiro, entrou em agonia. Exalou o seu último suspiro em 24 de Dezembro, para iniciar o seu Natal no céu.

Fonte - Evangelho Quotidiano

terça-feira, 10 de julho de 2007

Summorum Pontificum - Motu Proprio


[CARTA APOSTÓLICA]

[EM FORMA DE MOTU PROPRIO]

[BENTO XVI]

«Os sumos pontífices até nossos dias se preocuparam constantemente para que a Igreja de Cristo oferecesse à Divina Majestade um culto digno de “louvor e glória de Seu nome” e “do bem de toda sua Santa Igreja”.

«Desde tempo imemoriável, como também para o futuro, é necessário manter o princípio segundo o qual, “cada Igreja particular deve concordar com a Igreja universal, não só quanto à doutrina da fé e aos sinais sacramentais, mas também em respeito aos usos universalmente aceitos da ininterrupta tradição apostólica, que devem ser observados não só para evitar erros, mas também para transmitir a integridade da fé, para que a lei da oração da Igreja corresponda a sua lei de fé”.» (1)

«Entre os pontífices que tiveram essa preocupação ressalta o nome de São Gregório Magno, que fez todo o possível para que aos novos povos da Europa se transmitisse tanto a fé católica como os tesouros do culto e da cultura acumulados pelos romanos nos séculos precedentes. Ordenou que fosse definida e conservada a forma da sagrada Liturgia, relativa tanto ao Sacrifício da Missa como ao Ofício Divino, no modo em que se celebrava na Urbe. Promoveu com a máxima atenção a difusão dos monges e monjas que, agindo segundo a regra de São Bento, sempre junto ao anuncio do Evangelho exemplificaram com sua vida a saudável máxima da Regra: “Nada se antecipe à obra de Deus” (Cap. 43). Dessa forma a Sagrada Liturgia, celebrada segundo o uso romano, enriqueceu não somente a fé e a piedade, mas também a cultura de muitas populações. Consta efetivamente que a liturgia latina da Igreja em suas várias formas, em todos os séculos da era cristã, impulsionou na vida espiritual a numerosos santos e fortaleceu a tantos povos na virtude da religião e fecundou sua piedade”.»

«Muitos outros pontífices romanos, no transcurso dos séculos, mostraram particular solicitude para que a sagrada Liturgia manifestasse da forma mais eficaz esta tarefa: entre eles se destaca São Pio V, que sustentando por grande zelo pastoral, apos a exortação do Concílio de Trento, renovou todo o culto da Igreja, revisou a edição dos livros litúrgicos emendados e “renovados segundo a norma dos Padres” e os deu em uso a Igreja Latina».

«Entre os livros litúrgicos do Rito romano ressalta-se o Missa Romano, que se desenvolveu na cidade de Roma, e que, pouco a pouco, com o transcurso dos séculos, tomou formas que têm grande semelhança com as vigentes em tempos mais recentes».

«Foi este o objetivo que buscaram os Pontífices Romanos no curso dos seguintes séculos, assegurando a atualização ou definindo os ritos e livros litúrgicos, e depois, ao início deste século, empreendendo uma reforma geral» (2). Assim atuaram nossos predecessores Clemente VIII, Urbano VIII, São Pio X (3), Bento XV, Pio XII e o beato João XXIII.

«Em tempos recentes, o Concílio Vaticano II expressou o desejo de que a devida e respeitosa reverência em respeito ao culto divino, se renovasse de novo e se adaptasse às necessidades de nossa época. Movido por este desejo, nosso predecessor, o Sumo Pontífice Paulo VI, aprovou em 1970 para a Igreja latina os livros litúrgicos reformados, e em parte, renovados. Estes, traduzidos às diversas línguas do mundo, foram acolhidos de bom grado pelos bispos, sacerdotes e fiéis. João Paulo II revisou a terceira edição típica do Missal Romano. Assim os Pontífices Romanos agiram “para que esta espécie de edifício litúrgico (...) aparecesse novamente esplendoroso por dignidade e harmonia”.» (4)

«Em algumas regiões, contudo, não poucos fiéis aderiram e seguem aderindo com muito amor e afeto às anteriores formas litúrgicas, que haviam embebido tão profundamente sua cultura e seu espírito, que o Sumo Pontífice João Paulo II, movido pela preocupação pastoral em relação a estes fiéis, no ano de 1984, com o indulto especial “Quattuor abhinc annos”, emitido pela Congregação para o Culto Divino, concedeu a faculdade de usar o Missal Romano editado pelo beato João XXIII no ano de 1962; mais tarde, no ano de 1988, com a Carta Apostólica “Ecclesia Dei”, dada em forma de Motu proprio, João Paulo II exortou aos bispos a utilizar ampla e generosamente esta faculdade em favor de todos os fiéis que o solicitassem.»

«Depois da consideração por parte de nosso predecessor João Paulo II das insistentes petições destes fiéis, depois de haver escutado aos Padres Cardeais no consistório de 22 de março de 2006, apos haver refletido profundamente sobre cada um dos aspectos da questão, invocado ao Espírito Santo e contando com a ajuda de Deus, com as presentes Cartas Apostólicas estabelecemos o seguinte:

Art. 1 – O Missal Romano promulgado por Paulo VI é a expressão ordinária da “Lex orandi” (“Lei de oração”), da Igreja católica de rito latino. Contudo o Missal Romano promulgado por São Pio V e novamente pelo beato João XXIII deve ser considerado como expressão extraordinária da mesma “Lex orandi” e gozar do respeito devido por seu uso venerável e antigo. Estas duas expressões da “Lex orandi” da Igreja não levarão de forma alguma a uma divisão da “Lex credendi” (“Lei da fé”) da Igreja; são, de fato, dois usos do único rito romano.

Por isso é licito celebrar o Sacrifício da Missa segundo a edição típica do Missal Romano promulgado pelo beato João XXIII em 1962, que não foi ab-rogado nunca, como forma extraordinária da Liturgia da Igreja. As condições para o uso deste missal estabelecidas nos documentos anteriores “Quattuor abhinc annos” e “Ecclesia Dei”, serão substituídas como se estabelece a seguir:

Art. 2 – Nas Missas celebradas sem o povo, todo sacerdote católico de rito latino, tanto secular como religioso, pode utilizar seja o Missal Romano editado pelo beato Papa João XXIII em 1962, seja o Missal Romano promulgado pelo Papa Paulo VI em 1970, em qualquer dia, exceto o Tríduo Sacro. Para dita celebração seguindo um ou outro missal, o sacerdote não necessita nenhuma permissão, nem da Sé Apostólica nem do ordinário.

Art. 3 – As comunidades dos institutos de vida consagrada e das Sociedades de vida apostólica, de direito tanto pontifício como diocesano, que desejem celebrar a Santa Missa segundo a edição do Missal Romano promulgado em 1962 na celebração conventual ou “comunitária” em seus oratórios próprios, podem fazê-lo. Se uma só comunidade ou um inteiro Instituto ou Sociedade quer praticar ditas celebrações eventualmente, habitualmente ou permanentemente, a decisão compete aos Superiores maiores segundo as normas do direito e segundo as regras e os estatutos particulares.

Art. 4 – À celebração da Santa Missa, a qual se refere o artigo 2, também podem ser admitidos –observadas as normas de direito– os fiéis que o peçam voluntariamente.

Art. 5, § 1º – Nas paróquias, onde haja um grupo estável de fiéis aderentes à precedente tradição litúrgica, o pároco acolherá de bom grado seu pedido de celebrar a Santa Missa segundo o rito do Missal Romano editado em 1962. Deve procurar que o bem destes fiéis se harmonize com a atenção pastoral ordinária da paróquia, sob a direção do bispo como estabelece o cân. 392 evitando a discórdia e favorecendo a unidade de toda a Igreja.

§ 2º - A celebração segundo o Missal do beato João XXIII pode ocorrer em dia ferial; nos domingos e nas festividades pode haver também uma celebração desse tipo.

§ 3º - O pároco permita também aos fiéis e sacerdotes que o solicitem a celebração nesta forma extraordinária em circunstâncias particulares, como matrimônios, exéquias ou celebrações ocasionais, como por exemplo as peregrinações.

§ 4º - Os sacerdotes que utilizem o Missal do beato João XXIII devem ser idôneos e não ter nenhum impedimento jurídico.

§5º - Nas igrejas que não são paroquiais nem conventuais, é competência do Reitor conceder a licença mais acima citada.

Art. 6 – Nas missas celebradas com o povo segundo o Missal do Beato João XXIII, as leituras podem ser proclamadas também em língua vernácula, usando edições reconhecidas pela Sé Apostólica.

Art. 7 – Se um grupo de fiéis leigos, como os citados no art. 5, §1º, não tenha obtido satisfação a suas petições por parte do pároco, informe ao bispo diocesano. Convida-se vivamente ao bispo a satisfazer seu desejo. Se não pode prover a esta celebração, o assunto se remeta à Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”.

Art. 8 – O bispo, que deseja responder a estas petições dos fiéis leigos, mas que por diferentes causas não pode fazê-lo, pode indicar à Comissão “Ecclesia Dei” para que lhe aconselhe e lhe ajude.

Art. 9 § 1º - O pároco, após ter considerado tudo antecipadamente, pode conceder a licença para usar o ritual precedente na administração dos sacramentos do Batismo, do Matrimônio, da Penitência e da Unção dos Enfermos, se o requer o bem das almas.

§ 2º - Aos ordinários se concede a faculdade de celebrar o sacramento da Confirmação usando o precedente Pontifical Romano, sempre que o requeira o bem das almas.

§ 3º - Aos clérigos constituídos “in sacris” é licito usar o Breviário Romano promulgado pelo Beato João XXIII em 1962.

Art. 10 – O ordinário do lugar, se o considerar oportuno, pode erigir uma paróquia pessoal segundo a norma do cânon 518 para as celebrações com a forma antiga do rito romano, ou nomear um capelão, observadas as normas de direito.

Art. 11 – A Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, erigida por João Paulo II em 1988, segue exercitando sua missão. Esta Comissão deve ter a forma, e cumprir as tarefas e as normas que o Romano Pontífice queira atribuir-lhe.

Art. 12 – A mesma Comissão, alem das faculdades das que já goza, exercitará a autoridade da Santa Sé vigiando sobre a observância e aplicação destas disposições.

Tudo quanto temos estabelecida com estas Cartas Apostólicas em forma de Motu Próprio, ordenamos que se considere “estabelecido e decretado” e que se observe desde 14 de setembro deste ano, festa da Exaltação da Santa Cruz, pese ao que possa haver em contrário.

Dado em Roma, em São Padre, em 7 de julho de 2007, terceiro ano de meu Pontificado.

terça-feira, 3 de julho de 2007

São Tomé



São Tomé foi um dos doze apóstolos de Jesus. Era israelita. O seu nome consta na lista dos quatro evangelistas.
O Evangelho de São João dá-lhe grande destaque. Em João 11,16, ele incita os discípulos a seguir Jesus e a morrer com ele na Judéia: "Tomé, chamado Dídimo, disse então aos discípulos: 'Vamos também nós, para morrermos com ele!'"
É ele que pergunta a Jesus, durante a Última Ceia, sobre o caminho que conduz ao Pai: 'Senhor (diz Tomé), não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?' Diz-lhe Jesus: 'Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim'" (João 14,5-6).
Tomé encontrou Jesus Ressuscitado (João 21,2). Temperamento audacioso e cheio de generosidade, percorreu as etapas da fé e professou que Jesus era realmente Deus e Senhor. Oito dias depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro de casa, e Tomé com eles. Jesus veio, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: "A paz esteja convosco!". Disse depois a Tomé: "Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!" Respondeu-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!" (João 20,26-28).
Com este acto de fé e de amor a Jesus, apagou a sua dureza e deixou à Igreja a melhor jaculatória: "Mais nos serviu para a nossa fé, diz S. Gregório Magno, a incredulidade de Tomé do que a fé dos discípulos fiéis".
Felizes os que acreditamos sem ter visto, só em virtude da palavra dos que viram!


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

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Papa Bento XVI
Audiência geral de 10.05.06 (Libreria Editrice Vaticana)

“Meu Senhor e meu Deus”

... "Tomé reage com a profissão de fé mais maravilhosa de todo o Novo Testamento: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20, 28). A este propósito, Santo Agostinho comenta: Tomé via e tocava o homem, mas confessava a sua fé em Deus, que não via nem tocava. Mas o que via e tocava levava-o a crer naquilo de que até àquele momento tinha duvidado" (In Iohann. 121, 5). O evangelista prossegue com uma última palavra de Jesus a Tomé: "Porque me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditam" (cf. Jo 20, 29). […]
O caso do Apóstolo Tomé é importante para nós pelo menos por três motivos: primeiro, porque nos conforta nas nossas inseguranças; segundo porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito luminoso, para além de qualquer incerteza; e por fim, porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos recordam o verdadeiro sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir, apesar das dificuldades, pelo nosso caminho de adesão a Ele. ".

Agora vai - MP 7/7/7


Dessa vez parece que vai: Vaticano confirma publicação iminente do Motu Proprio.

A pergunta que fica: o que isto significa para o Brasil?

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Santo Antônio de Pádua - 13 de Junho


Santo António nasceu em Lisboa, provavelmente a 15 de Agosto de 1195, numa casa junto das portas da antiga cidade (Porta do Mar), que se pensa ter sido o local onde, mais tarde, se ergueu a Igreja em sua honra.
Tendo então o nome de Fernando, fez na vizinha Sé os seus primeiros estudos, tomando mais tarde, em 1210 ou 1211, o hábito de Cónego Regrante de Santo Agostinho, em São Vicente de Fora, pela mão do Prior D. Estêvão.
Ali permaneceu até 1213 ou 1214, data em que se deslocou para o austero Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde realizou os seus estudos superiores em Direito Canónico, Ciências, Filosofia e Teologia.
Segundo a tradição, talvez um pouco lendária, o Santo tinha uma memória fora do comum, sabendo de cor não só as Escrituras Sagradas, como também a vida dos Santos Padres.
As relíquias dos Santos Mártires de Marrocos que chegaram a Coimbra em 1220, fizeram-no trocar de Ordem Religiosa, envergando o burel de Frade Franciscano e recolher-se como Eremita nos Olivais (em Coimbra). Foi nessa altura que mudou o seu nome para António e decidiu deslocar-se a Marrocos, onde uma grave doença o reteve todo o inverno na cama. Decidiram os superiores repatriá-lo como medida de convalescença.
Quando de barco regressava a Portugal, desencadeou-se uma enorme tempestade que o arrastou para as costas da Sicília, sendo precisamente na Itália que iria revelar-se como teólogo e grande pregador.
Em 19 de Março de 1222, em Forli, falou perante religiosos Franciscanos e Dominicanos recém ordenados sacerdotes e tão fluentemente o fez que o Provincial pensou dedicá-lo imediatamente ao apostolado.
Fixou-se em Bolonha onde se dedicou ao ensino de Teologia, bem como à sua leitura. Exercendo as funções de pregador, mostrou-se contra as heresias dos Cátaros, Patarinos e Valdenses. Seguiu depois para França com o objectivo de lutar contra os Albijenses e em 1225 prega em Tolosa. Na mesma época, foi-lhe confiada a guarda do Convento de Puy-en-Velay e seria custódio da Província de Limoges, um cargo para que foi eleito pelos Frades da região. Dois anos mais tarde instalou-se em Marselha, mas brevemente seria escolhido para Provincial da Romanha.
Assistiu à canonização de São Francisco em 1228 e deslocou-se a Ferrara, Bolonha e Florença. Durante 1229 as suas pregações dividiram-se entre Vareza, Bréscia, Milão, Verona e Mântua. Esta actividade absorvia-o de tal maneira que a ela passou a dedicar-se exclusivamente. Em 1231, e após contactos com Gregório IX, regressou a Pádua, sendo a Quaresma do ano seguinte marcada por uma série de sermões da sua autoria.
Instalou-se depois em casa do Conde de Tiso, seu amigo pessoal, onde morreu em 1231 no Oratório de Arcela.
O facto de ter sido canonizado um ano após a sua morte, mostra-nos bem qual a importância que teve como Homem, para lhe ter sido atribuída tal honra. Este acto foi realizado pelo Papa Gregório IX, que lhe chamou "Arca do Testamento".
Considerado Doutor da Igreja e alvo de algumas biografias, todos os autores destas obras são unânimes em considerá-lo como um homem superior. Daí os diversos atributos que lhe foram conferidos: "Martelo dos hereges, defensor da fé, arca dos dois Testamentos, oficina de milagres, maravilha da Itália, honra das Espanhas, glória de Portugal, querubim eminentíssimo da religião seráfica, etc.".
Com a sua vida, quase mítica, quase lendária, mas que foi passando de geração em geração, e com os milagres que lhe foram atribuídos em bom número, transformou-se num taumaturgo de importância especial.

Fonte: Evangelho Quotidiano

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Caçada ao Santo Graal

Arqueologista italiano anuncia que o Santo Graal (ou "Holly Grail" - o Santo Cálice utilizado por Jesus Cristo na última ceia, que traz consigo inúmeras lendas e até mesmo filmes a respeito) está enterrado em uma sala secreta numa Igreja em Roma - a Basílica de São Lourenço.



Será?

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Episcopais inovam outra vez

Deu no "Seattle Times":"Eu sou Muçulmana e Cristã", diz Rev. Redding.

Como se não bastassem as inovações atuais, como a liberação dos contraceptivos (tá certo, essa "inovação" ja faz 70 anos, mas vale lembrar!), pastores mulheres e homossexuais, o braço da Igreja Anglicana nos EUA agora permite (segundo comentário do próprio Bispo da arquidiocese, Rt. Rev. Vincent Warner).

Segundo o Tio Diogenes (Uncle Di, de Catholic World News - Off Topic), seria interessante ver como seu ato de dupla lealdade seria encarado em Riad..

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Frei Beto liberou... de novo

A manchete do ACI Digital diz tudo: Frei Betto elogia Castro e ao mentor do Al Qaeda e reconhece passado guerrilheiro.

Pelos frutos saberás. Não bastasse a ligação com o comunismo e a Teologia da Libertação, nosso caro Frei agora se associa emocionalmente ao ditador Cubano e ao grupo terrorista.

Ele não para por ai:

há uma vaticanização da Igreja Católica, um controle cada vez maior. Cada vez temos menos uma Igreja com cara de nossos povos, com cara mestiça. Temos uma Igreja cada vez mais europeizada


É mole ou quer mais? Misericórdia, Senhor..

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Debate no Veritatis

Em excelente artigo, o Prof. Alessandro Lima, do Veritatis Splendor, defende o Catolicismo e a Igreja de Roma, contra alguns dos mais comuns ataques à Santa Igreja, no diálogo com a Prof. Myrtes Ribeiro da UNASP, SP (Faculdade Adventista), Adventista do Sétimo Dia.

O princípio do erro protestante (seja luterano, calvinista, adventista, batista e etc...) é plasmar um "cristianismo" a partir da Escritura incompleta (já que tem 73 livros e não 66) totalmente disconexo com a Memória Cristã. É como se o Cristianismo não tivesse 2000 anos, ou que foi enterrado desde o nascedouro esperando um "descobridor" revelá-lo. Que absurdo!


Parabéns ao Prof. Alessandro por sua eloquência e coragem na defesa da Fé!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

O Barbeiro Virtual



Numa excelente dica do Blog do Gustavo Moura, o barbeiro com som 3d:

Você realmente se sente na cadeira de uma barbearia, duvida? pare por um instante o que você esta fazendo e experimente

1. Coloque seus fones (caixas de som não provocam o mesmo efeito),

2. Feche seus olhos (mesmo)

3. Aperte o play e deixe o resto com o barbeiro :-)









Imperdivel. Nao deixe de ouvir.

terça-feira, 29 de maio de 2007

O PT e a política da morte

O PT, mais uma vez, e na pessoa de seu destemido líder, impõe ao Brasil sua política da morte, contra todos e quaisquer valores morais e cristãos "nestepaís".

Conforme artigo publicado pelo Globo OnLine, Lula lança pessoalmente pacote que inclui o anticoncepcional a 30 centavos, vasectomia pelo SUS, como parte da maligna "Política Nacional de Planejamento Familiar" que poderia muito bem chamar "Política Nacional do Fim da Família Brasileira".

Esse governo hipócrita, que qualifica o tal plano como “um salto de qualidade no papel que o Estado brasileiro precisa cumprir”, vai gastar R$ 100 milhões nessa demanda "essencial" ao povo brasileiro, sem dúvida maior que o Fome Zero. Aliás, tendo menos gente para alimentar fica mais fácil, certo Sr. presidente?

Ele não pára por aí: vai levar essa palhaçada política, abuso moral e financeiro para dentro de nossas casas: "vamos levar para a televisão e para a escola o mínimo de informação que as pessoas precisam ter para evitar uma gravidez indesejada", e para escolas. Que Deus tenha piedade de nossas crianças.. das que já nasceram e as que infelizmente ou não nascerão ou serão mortas por essa política da morte.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Motu Proprio confirmado, diz Cardeal Castrillón Hoyos

Em uma intervenção durante a V Celam, que acontece em Aparecida, SP, Brasil, o Cardeal Castrillón Hoyos, presidente da Comissão Ecclesia Dei, deu um parecer oficial do Vaticano sobre a possível Motu Proprio a ser apresentada dentro em muito breve pelo Papa bento XVI. Nela, o Santo Padre deve permitir, através de um indulto universal, a celebração do antigo Rito Tridentino, utilizado anteriormente ao Concílio Vaticano II.

Lembrando que essa liturgia nunca fora abolida, disse o Cardeal:

Trata-se pelo contrário de uma oferta generosa do Vigário de Cristo que, como expressão de sua vontade pastoral, quer pôr a disposição da Igreja todos os tesouros da liturgia latina que durante séculos nutriu a vida espiritual de tantas gerações de fiéis católicos. O Santo Padre quer conservar os imensos tesouros espirituais, culturais e estéticos ligados à liturgia antiga. A recuperação desta riqueza se une à não menos preciosa da liturgia atual da Igreja.

Por estas razões o Santo Padre tem a intenção de estender a toda a Igreja latina a possibilidade de celebrar a Santa Missa e os Sacramentos segundo os livros litúrgicos promulgados pelo Beato João XXIII em 1962. Por esta liturgia, que nunca foi abolida, e que , como dissemos, é considerada um tesouro, existe hoje um novo e renovado interesse e, também por esta razão o Santo Padre pensa que chegou o tempo de facilitar, como o quis a primeira Comissão Cardenalícia em 1986, o acesso a esta liturgia fazendo dela uma forma extraordinária do único rito Romano.


O Cardeal continua dizendo que o indulto não representa um retrocesso e que ambos os ritos Latinos podem coexistir em harmonia, como por exemplo na Diocese de Campos. E conclui:

Peçamos ao Senhor que este projeto do Santo Padre possa realizar-se logo para a unidade da Igreja.


Amen!

O Campeão que nunca foi




Há 30 anos morria José Carlos Pace, um dos maiores e mais desconhecidos pilotos do Brasil. Em excelente artigo, a SPEED Channel traz, através da RACER Magazine, a história do Moco, para aqueles que, como eu, não tiveram a chance de conhecer a carreira desse piloto. E para quem conheceu, relembrar. Enjoy!

Segunda parte da entrevista do Padre Luiz Carlos Lodi

Pode ser lida aqui.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Entrevista do Padre Luiz Carlos Lodi no MSM

Em uma excelente entrevista concedida ao Mídia Sem Máscara (primeira parte), o Padre Luiz Carlos Lodi, dirigente do Pró-Vida de Anápolis - um dos maiores e mais conhecidos sites em defesa da vida no Brasil, faz comentários memoráveis sobre a situação da tentativa do governo atual ao insistir em criar uma inimizade com Deus e sugerir o debate para a legalização do aborto por aqui. Comentários como essa pérola:

Legalizar ou não o aborto não é a mesma coisa. A diferença é enorme.

Uma coisa é você viver em uma nação cheia de criminosos que infringem a lei. Outra coisa é você viver numa nação criminosa, onde o crime já se tornou lei.

Uma coisa é você não conseguir combater o aborto com as forças policiais. Outra coisa bem diferente é você declarar que a matança dos inocentes não deve ser combatida porque é um direito do cidadão matar seus filhos.

Uma coisa é a justiça estar apenas no papel, mas não na prática. Outra coisa muitíssimo pior é a justiça não estar nem sequer no papel, mas ser trocada por uma lei injusta.

Uma coisa é haver indivíduos, por numerosos que sejam, que não honram as leis justas da pátria. Outra coisa muito mais grave é uma pátria nem ao menos ter leis justas para serem honradas.

Uma coisa é o crime de muitos brasileiros contra a vida. Outra coisa é o crime da própria nação brasileira contra o direito sagrado e inviolável à vida.

Recordando as palavras de Dom Manoel Pestana, Bispo emérito de Anápolis, uma nação que legaliza o aborto não merece subsistir.

A partir do dia em que o aborto se tornar lei, não haverá apenas uma mudança quantitativa nos assassinatos intra-uterinos. Haverá uma mudança qualitativa essencial: o Brasil se terá tornado formalmente uma nação inimiga de Deus.


Excelente matéria. Parte um.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Discurso do Papa na abertura do CELAM

Queridos Irmãos no Episcopado, amados sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos. Queridos observadores de outras confissões religiosas:

É motivo de grande alegria estar hoje aqui convosco para inaugurar a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, que se celebra junto ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Quero que minhas primeiras palavras sejam de ação de graças e de louvor a Deus pelo grande dom da fé cristã aos povos deste Continente.

1.A fé cristã na América Latina

A fé em Deus animou a vida e a cultura destes povos durante mais de cinco séculos. Do encontro dessa fé com as etnias originárias nasceu a rica cultura cristã deste Continente expressada na arte, na música, na literatura e, sobretudo, nas tradições religiosas e na idiossincrasia de seus povos, unidas a uma mesma história e um mesmo credo, e formando uma grande sintonia na diversidade de culturas e de línguas. Na atualidade, essa mesma fé deve enfrentar sérios desafios, pois estão em jogo o desenvolvimento harmônico da sociedade e a identidade católica de seus povos. A respeito disso, a V Conferência Geral vai refletir sobre esta situação para ajudar os fiéis cristãos a viverem sua fé com alegria e coerência, a tomar consciência de ser discípulos e missionários de Cristo, enviados por Ele ao mundo para anunciar e dar testemunho de nossa fé e amor.

Mas, que significou a aceitação da fé cristã para os povos da América Latina e do Caribe? Para eles, significou conhecer e acolher Cristo, o Deus desconhecido que seus antepassados, sem saber, buscavam em suas ricas tradições religiosas. Cristo era o Salvador que ansiavam silenciosamente. Significou também ter recebido, com as águas do batismo, a vida divina que os tornou filhos de Deus por adoção; ter recebido também o Espírito Santo que veio para fecundar suas culturas, purificando-as e desenvolvendo os numerosos germens e sementes que o Verbo encarnado havia posto nelas, orientado-as assim pelos caminhos do Evangelho. Com efeito, o anúncio de Jesus e de seu Evangelho não supôs, em nenhum momento, uma alienação das culturas pré-colombinas, nem foi uma imposição de uma cultura estranha. As autênticas culturas não estão fechadas em si mesmas nem petrificadas em um determinado ponto da história, mas estão abertas, mais ainda, buscam o encontro com outras culturas, esperam alcançar a universalidade no encontro e no diálogo com outras formas de vida e com os elementos que possam levar a uma nova síntese na qual se respeite sempre a diversidade das expressões e de sua realização cultural concreta.

Em última instância, só a verdade unifica e sua prova é o amor. Por isso Cristo, sendo realmente o Logos encarnado, «o amor até o extremo», não é alheio a cultura alguma nem a nenhuma pessoa; pelo contrário, a resposta ansiada no coração das culturas é o que lhes dá sua identidade última, unindo a humanidade e respeitando por sua vez a riqueza das diversidades, abrindo todos ao crescimento na verdadeira humanização, no autêntico progresso. O Verbo de Deus, fazendo-se carne em Jesus Cristo, tornou-se também história e cultura.

A utopia de voltar a dar vida às religiões pré-colombinas, separando-as de Cristo e da Igreja universal, não seria um progresso, mas um retrocesso. Na realidade, seria uma involução para um momento histórico ancorado no passado.

A sabedoria dos povos originários os levou felizmente a formar uma síntese entre suas culturas e a fé cristã que os missionários lhes ofereciam. Daí nasceu a rica e profunda religiosidade popular, na qual aparece a alma dos povos latino-americanos:

-- O amor a Cristo sofredor, o Deus da compaixão, do perdão e da reconciliação; o Deus que nos amou até entregar-se por nós;
-- O amor ao Senhor presente na Eucaristia, o Deus encarnado, morto e ressuscitado para ser Pão da Vida;
-- O Deus próximo dos pobres e dos que sofrem;
-- A profunda devoção A Nossa Senhora de Guadalupe, de Aparecida ou das diversas invocações nacionais e locais. Quando a Virgem de Guadalupe apareceu ao índio São Juan Diego, disse-lhe estas significativas palavras: «Não estou eu aqui que sou tua mãe? Não estás sob minha proteção? Não sou eu a fonte de tua alegria? Não estás sob meu manto, no cruzar de meus braços?» (Nican Mopohua, nn. 118-119).

Esta religiosidade se expressa também na devoção aos santos com suas festas patronais, no amor ao Papa e aos demais Pastores, no amor à Igreja universal como grande família de Deus que nunca pode nem deve deixar a sós ou na miséria seus próprios filhos. Tudo isso forma o grande mosaico da religiosidade popular que é o precioso tesouro da Igreja Católica na América Latina, e que ela deve proteger, promover e, no que for necessário, também purificar.

2.Continuidade com as outras Conferências

Esta V Conferência Geral se celebra em continuidade com as outras quatro que a precederam no Rio de Janeiro, Medellín, Puebla e Santo Domingo. Com o mesmo espírito que as animou, os Pastores querem dar agora um novo impulso à evangelização, a fim de que estes povos continuem crescendo e amadurecendo em sua fé, para ser luz do mundo e testemunhas de Jesus Cristo com a própria vida.

Depois da IV Conferência Geral, em Santo Domingo, muitas coisas mudaram na sociedade. A Igreja, que participa dos gozos e esperanças, das penas e alegrias de seus filhos, quer caminhar a seu lado neste período de tantos desafios, para infundir-lhes sempre esperança e consolo (cf. Gaudium et spes, 1).

No mundo de hoje se dá o fenômeno da globalização como um conjunto de relações no âmbito mundial. Ainda que em certos aspectos é uma conquista da grande família humana e um sinal de sua profunda aspiração à unidade, contudo comporta também a marca dos grandes monopólios e de converter o lucro em valor supremo. Como em todos os campos da atividade humana, a globalização deve reger-se também pela ética, pondo tudo ao serviço da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus.

Na América Latina e no Caribe, assim como em outras religiões, evoluiu-se para a democracia, ainda que há motivos de preocupação ante formas de governo autoritárias ou sujeitas a certas ideologias que eram consideradas superadas, e que não correspondem à visão cristã do homem e da sociedade, como nos ensina a Doutrina Social da Igreja. Por outra parte, a economia liberal de alguns países latino-americanos deve ter presente a equidade, pois continuam aumentando os setores sociais que se vêem provados cada vez mais por uma enorme pobreza ou inclusive espoliados dos próprios bens naturais.

Nas Comunidades eclesiais da América Latina é notável a maturidade na fé de muitos leigos e leigas ativos e entregues ao Senhor, junto com a presença de muitos abnegados catequistas, de tantos jovens, de novos movimentos eclesiais e de recentes Institutos de vida consagrada. Demonstram-se fundamentais muitas obras católicas educativas, assistenciais e hospitalares. Percebe-se, contudo, um certo enfraquecimento da vida cristã no conjunto da sociedade e da própria pertença à Igreja Católica, devido ao secularismo, ao hedonismo, ao indiferentismo e ao proselitismo de numerosas seitas, de religiões animistas e de novas expressões pseudo-religiosas.

Tudo isso configura uma situação nova que será analisada aqui, em Aparecida. Ante a nova encruzilhada, os fiéis esperam desta V Conferência uma renovação e revitalização de sua fé em Cristo, nosso único Mestre e Salvador, que nos revelou a experiência única do Amor infinito de Deus Pai aos homens. Desta fonte poderão surgir novos caminhos e projetos pastorais criativos, que infundam uma firme esperança para viver de maneira responsável e gozosa a fé e irradiá-la assim no próprio ambiente.

3.Discípulos e missionários

Esta Conferência Geral tem como tema: «Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos n’Ele tenham vida -- Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6).

A Igreja tem a grande tarefa de custodiar e alimentar a fé do Povo de Deus, e recordar também aos fiéis deste Continente que, em virtude de seu batismo, estão chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo. Isso leva segui-lo, viver em intimidade com Ele, imitar seu exemplo e dar testemunho. Todo batizado recebe de Cristo, como os Apóstolos, o mandato da missão: «Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova a toda criatura. Quem crer e for batizado, será salvo» (Mc 16, 15). Pois ser discípulos e missionários de Jesus Cristo e buscar a vida «n’Ele» supõe estar profundamente enraizados n’Ele.

O que nos dá Cristo realmente? Por que queremos ser discípulos de Cristo? Porque esperamos encontrar na comunhão com Ele a vida, a verdadeira vida digna deste nome, e por isso queremos dá-lo a conhecer aos demais, comunicar-lhes o dom que encontramos n’Ele. Mas isso é assim? Estamos realmente certos de que Cristo é o caminho, a verdade e a vida?

Ante a prioridade da fé em Cristo e da vida «n’Ele», formulada no título desta V Conferência, poderia surgir também outra questão: Esta prioridade, não poderia ser acaso uma fuga para o intimismo, para o individualismo religioso, um abandono da realidade urgente dos grandes problemas econômicos, sociais e políticos da América Latina e do mundo, e uma fuga da realidade para um mundo espiritual?

Como primeiro passo podemos responder a esta pergunta com outra: O que é esta «realidade»? O que é o real? São «realidade» só os bens materiais, os problemas sociais, econômicos e políticos? Aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes no último século, erro destrutivo, como demonstram os resultados tanto dos sistemas marxistas como inclusive dos capitalistas. Falsificam o conceito de realidade com a amputação da realidade fundante, e por isso decisiva, que é Deus. Quem exclui Deus de seu horizonte falsifica o conceito de «realidade» e, em conseqüência, só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas.

A primeira afirmação fundamental é, pois, a seguinte: Só quem reconhece Deus, conhece a realidade e pode responder a ela de modo adequado e realmente humano. A verdade dessa tese é evidente ante o fracasso de todos os sistemas que colocam Deus entre parênteses.

Mas surge imediatamente outra pergunta: Quem conhece Deus? Como podemos conhecê-lo? Não podemos entrar aqui em um complexo debate sobre esta questão fundamental. Para o cristão, o núcleo da resposta é simples: Só Deus conhece Deus, só seu Filho que é Deus de Deus, Deus verdadeiro, o conhece. E ele, «que está no seio do Pai, o revelou» (Jo 1, 18). Daí a importância única e insubstituível de Cristo para nós, para a humanidade. Se não conhecemos Deus em Cristo e com Cristo, toda a realidade se converte em um enigma indecifrável; não há caminho e ao não haver caminho, não há vida nem verdade.

Deus é a realidade fundante, não um Deus só pensado ou hipotético, mas o Deus de rosto humano; é o Deus -- conosco, o Deus do amor até a cruz. Quando o discípulo chega à compreensão deste amor de Cristo «até o extremo», não pode deixar de responder a este amor se não é com um amor semelhante: «Eu te seguirei por onde quer que fores» (Lc 9, 57).

Ainda podemos fazer outra pergunta: O que nos dá a fé nesse Deus? A primeira resposta é: nos dá uma família, a família universal de Deus na Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos leva à comunhão: o encontro com Deus é, em si mesmo e como tal, encontro com os irmãos, um ato de convocação, de unificação, de responsabilidade para com o outro e para com os demais. Neste sentido, a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com sua pobreza (cf. 2 Co 8, 9).

Mas antes de falar do que comporta o realismo da fé no Deus feito homem, temos de aprofundar na pergunta: como conhecer realmente Cristo para poder segui-lo e viver com Ele, para encontrar a vida n’Ele e para comunicar esta vida aos outros, à sociedade e ao mundo? Antes de tudo, Cristo se dá a conhecer a nós em sua pessoa, em sua vida e em sua doutrina por meio da Palavra de Deus. Ao iniciar a nova etapa que a Igreja missionária da América Latina e do Caribe se dispõe a empreender, a partir desta V Conferência Geral em Aparecida, é condição indispensável o conhecimento profundo da Palavra de Deus. Por isso, é preciso educaro povo na leitura e meditação da Palavra de Deus: que ela se converta em seu alimento para que, por própria experiência, vejam que as palavras de Jesus são espírito e vida (cf. Jo 6, 63). Do contrário, como vão anunciar uma mensagem cujo conteúdo e espírito não conhecem a fundo? Temos que fundamentar nosso compromisso missionário e toda nossa vida na rocha da Palavra de Deus. Para isso, animo os Pastores a esforçar-se em dá-la a conhecer.

Um grande meio para introduzir o Povo de Deus no mistério de Cristo é a catequese. Nela se transmite de forma simples e substancial a mensagem de Cristo. Convirá, portanto, intensificar a catequese e a formação na fé, tanto das crianças como dos jovens e adultos. A reflexão madura da fé é luz para o caminho da vida e força para ser testemunhas de Cristo. Para isso se dispõe de instrumentos muito valiosos como o Catecismo da Igreja Católica e sua versão mais breve, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica.

Neste campo, não se deve limitar só às homilias, conferências, cursos de Bíblia ou teologia, mas é preciso recorrer também aos meios de comunicação: imprensa, rádio e televisão, sites da internet, foros e tantos outros sistemas para comunicar eficazmente a mensagem de Cristo a um grande número de pessoas.

Neste esforço por conhecer a mensagem de Cristo e torná-la guia da própria vida, é preciso recordar que a evangelização esteve sempre unida à promoção humana e à autêntica libertação cristã. «Amor a Deus e amor ao próximo se fundem entre si: no mais humilde encontramos o próprio Jesus e em Jesus encontramos Deus» (Deus caritas est, 15). Por isso, será também necessária uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o «Compêndio da Doutrina Social da Igreja». A vida cristã não se expressa somente nas virtudes pessoais, mas também nas virtudes sociais e políticas.

O discípulo, fundamentado assim na rocha da Palavra de Deus, sente-se impulsionado a levar a Boa Nova da salvação a seus irmãos: Discipulado e missão são como os dois lados de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele nos salva (cf. Atos 4, 12). Com efeito, o discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro.

4.«Para que n’Ele tenham vida»

Os povos latino-americanos e caribenhos têm direito a uma vida plena, própria dos filhos de Deus, com condições mais humanas: livres das ameaças da fome e de toda forma de violência. Para estes povos, seus Pastores devem fomentar uma cultura da vida que permita, como dizia meu predecessor Paulo VI, «passar da miséria à posse do necessário, à aquisição da cultura... à cooperação no bem comum... até o reconhecimento, por parte do homem, dos valores supremos e de Deus, que deles é a fonte e o fim» (Populorum progressio, 21).

Neste contexto, é-me grato recordar a Encíclica «Populorum progressio», cujo 40º aniversário recordamos este ano. Este documento pontifício evidencia que o desenvolvimento autêntico deve ser integral, ou seja, orientado à promoção de todo o homem e de todos os homens (cf. n. 14), e convida todos a suprimirem as graves desigualdades sociais e as enormes diferenças no acesso aos bens. Estes povos anseiam, sobretudo, a plenitude de vida que Cristo nos trouxe: «Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância» (Jo 10, 10). Com esta vida se desenvolve também em plenitude a existência humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural.

Para formar o discípulo e sustentar o missionário em sua grande tarefa, a Igreja lhes oferece, além do Pão da Palavra, o Pão da Eucaristia. A respeito disso, inspira-nos e ilumina a página do Evangelho sobre os discípulos de Emaús. Quando estes se sentam à mesa e recebem de Jesus Cristo o pão abençoado e partido, seus olhos se abrem, descobrem o rosto do Ressuscitado, sentem em seu coração que é verdade tudo o que Ele disse e fez, e que já começou a redenção do mundo. Cada domingo e cada Eucaristia é um encontro pessoal com Cristo. Ao escutar a Palavra divina, o coração arde porque é Ele quem a explica e proclama. Quando na Eucaristia se parte o pão, é a Ele a quem se recebe pessoalmente. A Eucaristia é o alimento indispensável para a vida do discípulo e missionário de Cristo.

A Missa dominical, centro da vida cristã

Daí a necessidade de dar prioridade, nos programas pastorais, à valorização da Missa dominical. Temos de motivar os cristãos para que participem dela ativamente e, se é possível, melhor ainda com a família. A assistência dos pais com seus filhos à celebração eucarística dominical é uma pedagogia eficaz para comunicar a fé e um estreito vínculo que mantém a unidade entre eles. O domingo significou, ao longo da vida da Igreja, o momento privilegiado do encontro das comunidades com o Senhor ressuscitado.

É necessário que os cristãos experimentem que não seguem um personagem da história passada, senão o Cristo vivo, presente no hoje e no agora de suas vidas. Ele é o Vivente que caminha ao nosso lado, descobrindo-nos o sentido dos acontecimentos, da dor e da morte, da alegria e da festa, entrando em nossas casas e permanecendo nelas, alimentando-nos com o Pão que dá a vida. A Eucaristia deve ser o centro da vida cristã.

O encontro com Cristo na Eucaristia suscita o compromisso da evangelização e o impulso à solidariedade; desperta no cristão o forte desejo de anunciar o Evangelho e testemunhá-lo na sociedade para que ela seja mais justa e humana. Da Eucaristia brotou ao longo dos séculos um imenso caudal de caridade, de participação nas dificuldades dos outros, de amor e de justiça. Só da Eucaristia brotará a civilização do amor, que transformará a América Latina e o Caribe para que, além de ser o Continente da Esperança, seja também o continente do Amor!

Os problemas sociais e políticos

Chegados a este ponto podemos nos perguntar como pode a Igreja contribuir para a solução dos urgentes problemas sociais e políticos, e responder ao grande desafio da pobreza e da miséria? Os problemas da América latina e do Caribe, assim como do mundo de hoje, são múltiplos e complexos, e não pode ser enfrentados com programas gerais. Contudo, a questão fundamental sobre o modo como a Igreja, iluminada pela fé em Cristo, deva reagir diante desses desafios, nos concerne a todos. Neste contexto é inevitável falar do problema das estruturas, sobretudo, das que criam injustiça. Na verdade, as estruturas justas são uma condição sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade. Mas, como nascem? Como funcionam?
Tanto o capitalismo como o marxismo prometeram encontrar o caminho para a criação de estruturas justas e afirmaram que estas, uma vez estabelecidas, funcionariam por si mesmas; afirmaram que não só não haviam tido a necessidade de uma precedente moralidade individual, mas elas fomentariam a moralidade comum. E esta promessa ideológica se demonstrou que é falsa. Os fatos o colocam de manifesto. O sistema marxista, onde governou, não só deixou uma triste herança de destruições econômicas e ecológicas, mas também uma dolorosa destruição do espírito. E o mesmo vemos também no ocidente, onde cresce constantemente a distância entre pobres e ricos e se produz uma inquietante degradação da dignidade pessoal com a droga, o álcool e as sutis miragens de felicidade.

As estruturas justas são, como disse, uma condição indispensável para uma sociedade justa, mas não nascem nem funcionam sem um consenso moral da sociedade sobre os valores fundamentais e sobre a necessidade de viver estes valores com as necessárias renúncias, inclusive o interesse pessoal.

Onde Deus está ausente – o Deus do rosto humano de Jesus Cristo – estes valores não se mostram com toda sua força, nem se produz um consenso sobre eles. Não quero dizer que os não crentes não possam viver uma moralidade elevada e exemplar; digo somente que uma sociedade na qual Deus está ausente não encontra o consenso necessário sobre os valores morais e a força para viver segundo a pauta destes valores, mesmo contra os próprios interesses.

Por outro lado, as estruturas justas hão de ser buscadas e elaboradas à luz dos valores fundamentais, com todo o empenho da razão política, econômica e social. São uma questão da reta ratio e não provém de ideologias nem de promessas. Certamente existe um tesouro de experiências políticas e de conhecimentos sobre os problemas sociais e econômicos, que evidenciam elementos fundamentais de um estado justo e os caminhos que se têm de evitar. Mas em situações culturais e políticas diversas, e em transformação progressiva das tecnologias e da realidade histórica mundial, há que se buscar, de maneira racional, as respostas adequadas e deve se criar – com os compromissos indispensáveis – o consenso sobre as estruturas que hão de se estabelecer.

Este trabalho político não é competência imediata da Igreja. O respeito de uma sã laicidade – até mesmo com a pluralidade das posições políticas – é essencial na tradição cristã autêntica. Se a Igreja começasse a se transformar diretamente em sujeito político, não faria mais pelos pobres e pela justiça, mas faria menos, porque perderia sua independência e sua autoridade moral, identificando-se com uma única via política e com posições parciais opináveis. A Igreja é advogada da justiça e dos pobres, precisamente ao não identificar-se com os políticos nem com os interesses de partido. Só sendo independente pode ensinar os grandes critérios e os valores irrevogáveis, orientar as consciências e oferecer uma opção de vida que vai alem do âmbito político. Formar as consciências, ser advogada da justiça e da verdade, educar nas virtudes individuais e políticas, é a vocação fundamental da Igreja neste setor. E os leigos católicos devem ser conscientes de sua responsabilidade na vida pública; devem estar presentes na formação dos consensos necessários e na oposição contra as injustiças.

As estruturas justas jamais serão completas de modo definitivo; pela constante evolução da história, hão de ser sempre renovadas e atualizadas; hão de estar animadas sempre por um «ethos» político e humano, por cuja presença e eficiência se há de trabalhar sempre. Com outras palavras, a presença de Deus, a amizade com o Filho de Deus encarnado, a luz de sua Palavra, são sempre condições fundamentais para a presença e eficiência da justiça e do amor em nossas sociedades.

Por tratar-se de um Continente de batizados, convém preencher a notável ausência, no âmbito político, comunicativo e universitário, de vozes e iniciativas de lideres católicos de forte personalidade e de vocação abnegada, que sejam coerentes com suas convicções éticas e religiosa. Os movimentos eclesiais têm aqui um amplo campo para recordar aos leigos sua responsabilidade e sua missão de levar a luz do Evangelho à vida pública, cultura, econômica e política.



5. Outros campos prioritários

Para levar a cabo a renovação da Igreja a vós confiada nestas terras, eu gostaria de fixar a atenção convosco sobre alguns campos que considero prioritários nesta nova etapa.

A família

A família, «patrimônio da humanidade», constitui um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos. Ela foi e é escola da fé, palestra de valores humanos e cívicos, lar em que a vida humana nasce e é acolhida generosa e responsavelmente. No entanto, na atualidade sofre situações provocadas pelo secularismo e pelo relativismo ético, pelos diversos fluxos migratórios internos e externos, pela pobreza, pela instabilidade social e por legislações civis contrárias ao matrimônio que, ao favorecer os anticoncepcionais e o aborto, ameaçam o futuro dos povos.

Em algumas famílias da América Latina, persiste ainda, infelizmente, uma mentalidade machista, ignorando a novidade do cristianismo que reconhece e proclama a igual dignidade e responsabilidade da mulher com relação ao homem.

A família é insubstituível para a serenidade pessoal e para a educação dos filhos. As mães que querem dedicar-se plenamente à educação de seus filhos e ao serviço da família devem ter as condições necessárias para poder fazê-lo, e para isso têm direito de contar com o apoio do Estado. De fato, o papel da mãe é fundamental para o futuro da sociedade.

O pai, por sua parte, tem o dever de ser verdadeiramente pai, que exerce sua indispensável responsabilidade e colaboração na educação de seus filhos. Os filhos, para seu crescimento integral, têm o direito de poder contar com o pai e com a mãe, para que cuidem deles e os acompanhem rumo à plenitude de sua vida. É necessária, pois, uma pastoral familiar intensa e vigorosa. É indispensável também promover políticas familiares autênticas que respondam aos direitos da família como sujeito social imprescindível. A família faz parte do bem dos povos e da humanidade inteira.

Os sacerdotes

Os primeiros promotores do discipulado e da missão são aqueles que foram chamados «para estar com Jesus e ser enviados a pregar» (cf. Mc 3,14), ou seja, os sacerdotes. Eles devem receber de modo preferencial a atenção e o cuidado paterno dos seus Bispos, pois são os primeiros agentes de uma autentica renovação da vida cristã no povo de Deus. A eles quero dirigir uma palavra de afeto paterno desejando «que o Senhor seja parte da sua herança e do seu cálice» (cf. Sl 16,5). Se o sacerdote fizer de Deus o fundamento e o centro de sua vida, então experimentará a alegria e a fecundidade da sua vocação. O sacerdote deve ser antes de tudo um «homem de Deus» (1Tim 6,11); um homem que conhece a Deus «em primeira mão», que cultiva uma profunda amizade pessoal com Jesus, que compartilha os «sentimentos de Jesus» (cf. Fil 2,5). Somente assim o sacerdote será capaz de levar Deus -- o Deus encarnado em Jesus Cristo -- aos homens, e de ser representante do seu amor. Para cumprir a sua altíssima missão deve possuir uma sólida estrutura espiritual e viver toda a existência animado pela fé, a esperança e a caridade. Tem de ser, como Jesus, um homem que procure, através da oração, o rosto e a vontade de Deus, cultivando igualmente sua preparação cultural e intelectual.

Queridos sacerdotes deste Continente e quantos que, como missionários, nele viestes a trabalhar: o Papa acompanha vossa atividade pastoral e deseja que estejam repletos de consolações e de esperança, e reza por vós.

Religiosos, religiosas e consagrados

Quero dirigir-me também aos religiosos, às religiosas e aos leigos e leigas consagrados. A sociedade latino-americana e caribenha tem necessidade do vosso testemunho: em um mundo que tantas vezes busca, sobretudo, o bem-estar, a riqueza e o prazer como finalidade da vida, e que exalta a liberdade prescindindo da verdade do homem criado por Deus, vós sois testemunhas de que existe outra forma de viver com sentido; lembrai aos vossos irmãos e irmãs que o Reino de Deus chegou; que a justiça e a verdade são possíveis se nos abrimos à presença amorosa de Deus nosso Pai, de Cristo nosso irmão e Senhor, do Espírito Santo nosso Consolador. Com generosidade e até ao heroísmo, continuai trabalhando para que na sociedade reine o amor, a justiça, a bondade, o serviço, a solidariedade conforme o carisma dos vossos fundadores. Abraçai com profunda alegria
vossa consagração, que é instrumento de santificação para vós e de redenção para vossos irmãos.

A Igreja da América Latina vos agradece pelo grande trabalho que vindes realizando ao longo dos séculos pelo Evangelho de Cristo a favor de vossos irmãos, principalmente pelos mais pobres e marginalizados. Convido a todos para que colaborem sempre com os Bispos, trabalhando unidos a eles que são os responsáveis pela pastoral. Exorto-vos também a uma obediência sincera à autoridade da Igreja. Não tenham outro ideal que não seja a santidade conforme os ensinamentos de vossos fundadores.

Os leigos

Nesta hora em que a Igreja deste Continente se entrega plenamente à sua vocação missionária, lembro aos leigos que são também Igreja, assembléia convocada por Cristo para levar seu testemunho ao mundo inteiro. Todos os homens e mulheres batizados devem tomar consciência de que foram configurados com Cristo Sacerdote, Profeta e Pastor, através do sacerdócio comum do Povo de Deus. Devem sentir-se co-responsáveis na construção da sociedade segundo os critérios do Evangelho, com entusiasmo e audácia, em comunhão com os seus Pastores.

São muitos os fiéis que pertencem a movimentos eclesiais, nos quais podemos ver os sinais da multiforme presença e ação santificadora do Espírito Santo na Igreja e na sociedade atual. Eles são chamados para levar ao mundo o testemunho de Jesus Cristo e ser fermento do amor de Deus na sociedade.

Os Jovens e a pastoral vocacional

Na América Latina a maioria da população está formada por jovens. A este respeito, devemos recordar-lhes que sua vocação é ser amigos de Cristo, discípulos, sentinelas do amanhã, como costumava dizer o meu Predecessor João Paulo II. Os jovens não temem o sacrifício, mas, sim, uma vida sem sentido. São sensíveis à chamada de Cristo que os convida a segui-lo. Podem responder a essa chamada como sacerdotes, como consagrados e consagradas, ou ainda como pais e mães de família, dedicados totalmente a servir aos seus irmãos com todo o seu tempo, sua capacidade de entrega e com a vida inteira. Os jovens encaram a existência como uma constante descoberta, não se limitando às modas e tendências comuns, indo mais além com uma curiosidade radical acerca do sentido da vida, e de Deus Pai-Criador e Deus-Filho Redentor no seio da família humana. Eles devem-se comprometer por uma constante renovação do mundo à luz de Deus. Mais ainda: cabe-lhes a tarefa de opor-se às fáceis ilusões da felicidade imediata e dos paraísos enganosos da droga, do prazer, do álcool, junto com todas as formas de violência.

6. “Fica conosco”

Os trabalhos desta V Conferência nos levam a fazer nossa a súplica dos discípulos de Emaús:

«Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando» (Lc 24, 29).

Ficai conosco, Senhor, acompanhai-nos, ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-vos. Ficai conosco, porque as sombras vão se tornando densas ao nosso redor, e vós sois a Luz; em nossos corações se insinua a desesperança, e vós nos fazeis arder com a certeza da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas vós nos confortais na fração do pão para anunciar aos nossos irmãos que na verdade vós ressuscitastes e nos destes a missão de ser testemunhas da vossa ressurreição.

Ficai conosco, Senhor, quando ao redor da nossa fé católica surgem as névoas da dúvida, do cansaço ou da dificuldade; vós, que sois a própria Verdade como revelador do Pai, iluminai nossas mentes com a vossa Palavra; ajudai-nos a sentir a beleza de crer em vós.

Ficai em nossas famílias, iluminai-as em suas dúvidas, sustentai-as em suas dificuldades, consolai-as em seus sofrimentos e na fadiga de cada dia, quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza. Vós que sois a Vida, permanecei em nossos lares, para que continuem sendo ninhos onde nasça a vida humana abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a vida desde a sua concepção até o seu término natural.

Ficai, Senhor, com aqueles que em nossas sociedade são mais vulneráveis; ficai com os pobres, com os indígenas e com os afro-americanos, que nem sempre encontraram espaços e apoio para expressar a riqueza de sua cultura e a sabedoria de sua identidade. Ficai, Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são a esperança e a riqueza de nosso Continente; protegei-os de tantas insídias que atentam contra a sua inocência e contra suas legítimas esperanças. Ó bom Pastor, ficai com nossos anciãos e com nossos doentes. Fortalecei todos em sua fé, para que sejam vossos discípulos e missionários!

Conclusão

Ao concluir minha permanência entre vós, desejo invocar a proteção da Mãe de Deus e Mãe da Igreja sobre vossas pessoas e sobre toda a América Latina e o Caribe. Imploro de forma especial a Nossa Senhora -- sob a invocação de Guadalupe, Padroeira da América, e de Aparecida, Padroeira do Brasil -- que vos acompanhe em vossa bela e exigente tarefa pastoral. A ela confio o Povo de Deus nesta etapa do terceiro milênio cristão. A ela peço também que guie os trabalhos e reflexões desta Conferência Geral, e que abençoe com abundantes dons os queridos povos deste Continente.

Homilia do Papa na Missa em Aparecida

Veneráveis Irmãos no Episcopado,
queridos sacerdotes e vós todos, irmãs e irmãos no Senhor!

Não existem palavras para exprimir a alegria de encontrar-Me convosco para celebrar esta solene Eucaristia, por ocasião da abertura da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe. A todos saúdo com muita cordialidade, de modo particular ao Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, agradecendo as palavras que Me foram dirigidas em nome de toda a assembléia, e os Cardeais Presidentes desta Conferência Geral. Saúdo com deferência as Autoridades civis e militares que nos honram com a sua presença. Deste Santuário estendo o meu pensamento, com muito afeto e oração, a todos aqueles que se nos unem espiritualmente neste dia, de modo especial às comunidades de vida consagrada, aos jovens engajados em movimentos e associações, às famílias, bem como aos enfermos e aos anciãos. A todos quero dizer: «Graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo» (1Cor 1,13).

Considero um dom especial da Providência que esta Santa Missa seja celebrada neste tempo e neste lugar. O tempo é o litúrgico do sexto Domingo de Páscoa: está próxima a festa de Pentecostes, e a Igreja é convidada a intensificar a invocação ao Espírito Santo. O lugar é o Santuário nacional de Nossa Senhora Aparecida, coração mariano do Brasil: Maria nos acolhe neste Cenáculo e, como Mãe e Mestra, nos ajuda a elevar a Deus uma prece unânime e confiante. Esta celebração litúrgica constitui o fundamento mais sólido da V Conferência, porque põe na sua base a oração e a Eucaristia, Sacramentum caritatis. Com efeito, só a caridade de Cristo, emanada pelo Espírito Santo, pode fazer desta reunião um autentico acontecimento eclesial, um momento de graça para este Continente e para o mundo inteiro. Esta tarde terei a possibilidade de entrar no mérito dos conteúdos sugeridos pelo tema da vossa Conferência. Demos agora espaço à Palavra de Deus, que com alegria acolhemos, com o coração aberto e dócil, a exemplo de Maria, Nossa Senhora daew Conceição, a fim de que, pelo poder do Espírito Santo, Cristo possa novamente «fazer-se carne» no hoje da nossa história.

A primeira Leitura, tirada dos Atos dos Apóstolos, refere-se ao assim chamado «Concílio de Jerusalém», que considerou a questão se aos pagãos convertidos ao cristianismo dever-se-ia impor a observância da lei mosaica. O texto, deixando de lado a discussão sobre «os Apóstolos e os anciãos» (15,4-21), transcreve a decisão final, que vem posta por escrito numa carta e confiada a dois delegados, a fim de que seja entregue à comunidade de Antioquia (vv. 22-29). Esta página dos Atos nos é muito apropriada, por termos vindo aqui para uma reunião eclesial. Fala-nos do sentido do discernimento comunitário em torno dos grandes problemas que a Igreja encontra ao longo do seu caminho e que vem a ser esclarecidos pelos «Apóstolos» e pelos «anciãos» com a luz do Espírito Santo, o qual, como nos narra o Evangelho de hoje, lembra o ensinamento de Jesus Cristo (cf. Jo 14,26) ajudando assim a comunidade cristã a caminhar na caridade em busca da verdade plena (cf. Jo 16,13). Os chefes da Igreja discutem e se defrontam, sempre porém em atitude de religiosa escuta da Palavra de Cristo no Espírito Santo. Por isso, no final podem afirmar: «Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós ...» (At 15,28).

Este é o «método» com o qual nós agimos na Igreja, tanto nas pequenas como nas grandes assembléias. Não é uma simples questão de procedimento; é o resultado da mesma natureza da Igreja, mistério de comunhão com Cristo no Espírito Santo. No caso das Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano e Caribenho, a primeira, realizada no Rio de Janeiro em 1955, recorreu a uma Carta especial enviada pelo Papa Pio XII, de venerada memória; nas outras, até a atual, foi o Bispo de Roma que se dirigiu à sede da reunião continental para presidir as fases iniciais. Com devoto reconhecimento dirigimos o nosso pensamento aos Servos de Deus Paulo VI e João Paulo II que, nas Conferências de Medellín, Puebla e Santo Domingo, testemunharam a proximidade da Igreja universal nas Igrejas que estão na América Latina e que constituem em proporção, a maior parte da Comunidade católica.

«Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós ...». Esta é a Igreja: nós, a comunidade de fiéis, o Povo de Deus, com os seus Pastores chamados a fazer de guia do caminho; juntos com o Espírito Santo, Espírito do Pai mandado em nome do Filho Jesus, Espírito d’Aquele que é «maior» de todos e que nos foi dado mediante Cristo, que se fez «menor» por nossa causa. Espírito Paráclito, Ad-vocatus, Defensor e Consolador. Ele nos faz viver na presença de Deus, na escuta da sua Palavra, livres de inquietação e de temor, tendo no coração a paz que Jesus nos deixou e que o mundo não pode dar (cf. Jo 14, 26-27). O Espírito acompanha a Igreja no longo caminho que se estende entre a primeira e a segunda vinda de Cristo: «Vou, e volto a vós» (Jo 14,28), disse Jesus aos Apóstolos. Entre a «ida» e a «volta» de Cristo está o tempo da Igreja, que é o seu Corpo, estão esses dois mil anos transcorridos até agora; estão também estes pouco mais de cinco séculos em que a Igreja fez-se peregrina nas Américas, difundindo nos fiéis a vida de Cristo através dos Sacramentos e lançando nestas terras a boa semente do Evangelho, que rendeu trinta, sessenta e até mesmo o cento por um. Tempo da Igreja, tempo do Espírito Santo: Ele é o Mestre que forma os discípulos: fá-los enamorar-se de Jesus; educa-os para que escutem a sua Palavra, a fim de que contemplem a sua Face; conforma-os à sua Humanidade bem-aventurada, pobre em espírito, aflita, mansa, sedenta de justiça, misericordiosa, pura de coração, pacífica, perseguida por causa da justiça (cf. Mt 5,3-10). Deste modo, graças à ação do Espírito Santo, Jesus torna-se a «Via» na qual caminha o discípulo. «Se alguém me ama, observará a minha palavra», diz Jesus no início do trecho evangélico de hoje. «A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou» (Jo 14,23-24). Como Jesus transmite as palavras do
Pai, assim o Espírito recorda à Igreja as palavras de Cristo (cf. Jo 14,26). E como o amor pelo Pai levava Jesus a alimentar-se da sua vontade, assim o nosso amor por Jesus se demonstra na obediência pelas suas palavras. A fidelidade de Jesus à vontade do Pai pode transmitir-se aos discípulos graças ao Espírito Santo, que derrama o amor de Deus nos seus corações (cf. Rm 5,5).

O Novo Testamento apresenta-nos a Cristo como missionário do Pai. Especialmente no Evangelho de São João, Jesus fala de si tantas vezes a propósito do Pai que O enviou ao mundo. Da mesma forma, também no texto de hoje. Jesus diz: «A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou» (Jo 14,24). Neste momento, queridos amigos, somos convidados a fixar nosso olhar n’Ele, porque a missão da Igreja subsiste somente em quanto prolongação daquela de Cristo: «Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós»
(Jo 20,21). O evangelista põe em relevo, inclusive de forma plástica, que esta consignação acontece no Espírito Santo: «Soprou sobre eles dizendo: ‘Recebei o Espírito Santo...’ » (Jo 20,22). A missão de Cristo realizou-se no amor. Ele acendeu no mundo o fogo da caridade de Deus (cf. Lc 12,49). É o amor que dá a vida: por isso a Igreja é convidada a difundir no mundo a caridade de Cristo, porque os homens e os povos «tenham a vida e a tenham em abundância» (Jo 10,10). A vós também, que representais a Igreja na América Latina, tenho a alegria entregar de novo idealmente a minha Encíclica Deus caritas est, com a qual quis indicar a todos o que é essencial na mensagem cristã. A Igreja se sente discípula e missionária desse Amor : missionária somente enquanto discípula, isto é capaz de deixar-se sempre atrair, com renovado enlevo, por Deus que nos amou e nos ama por primeiro (1Jo 4,10). A Igreja não faz proselitismo. Ela cresce muito mais por «atração»: como Cristo «atrai todos a si» com a força do seu amor, que culminou no sacrifício da Cruz, assim a Igreja cumpre a sua missão na medida em que, associada a Cristo, cumpre a sua obra conformando-se em espírito e concretamente com a caridade do seu Senhor.

[Em espanhol:]
Queridos irmãos e irmãs. Este é o rico tesouro do continente Latino-Americano; este é seu patrimônio mais valioso: a fé em Deus Amor, que revelou seu rosto em Jesus Cristo. Vós acreditais no Deus Amor: esta é vossa força que vence o mundo, a alegria que nada nem ninguém vos poderá arrebatar, a paz que Cristo conquistou para vós com sua Cruz! Esta é a fé que fez da America-Latina o «Continente da Esperança». Não é uma ideologia política, nem um movimento social, como tampouco um sistema econômico; é a fé em Deus Amor, encarnado, morto e ressuscitado em Jesus Cristo, o autêntico fundamento desta esperança que produziu frutos tão magníficos desde a primeira evangelização até hoje. Assim o atesta a série de Santos e Beatos que o Espírito suscitou na grandeza e largura deste Continente. O Papa João Paulo II vos convocou para uma nova evangelização, e vós respondestes a seu chamado com a generosidade e o compromisso que vos caracterizam. Eu os confirmo e, com palavras desta Quinta Conferência, vos digo: sede discípulos fiéis, para ser missionários valentes e eficazes.

A segunda Leitura nos apresentou a grandiosa visão da Jerusalém celeste. É uma imagem de esplêndida beleza, na qual nada é simplesmente decorativo, mas tudo contribui à perfeita harmonia da Cidade santa. Escreve o vidente João que esta «descida dos céus, enviada por Deus trazendo a glória de Deus» (Ap 21, 10). Mas a glória de Deus é o Amor; portanto, a Jerusalém celeste é ícone da Igreja inteira, santa e gloriosa, sem mancha nem ruga (cf. Ef 5, 27), iluminada no centro e em todas as partes pela presença de Deus-Caridade. É chamada «noiva», «a esposa do Cordeiro» (Ap 20, 9) porque nela se realiza a figura nupcial que encontramos desde o princípio até o fim na revelação bíblica. A Cidade-Esposa é pátria de plena comunhão de Deus com os homens; ela não necessita templo algum nem nenhuma fonte externa de luz, porque a presença de Deus e do Cordeiro é imanente e a ilumina a partir de dentro.

Este ícone estupendo tem um valor escatológico: expressa o mistério de belza que já constitui a forma da Igreja, mesmo que não tenha ainda alcançado sua plenitude. É a meta de nossa peregrinação, a pátria que nos espera e pela qual suspiramos. Vê-la com os olhos da fé, contemplá-la e desejá-la, não deve ser motivo de evasão da realidade histórica em que vive a Igreja compartilhando as alegrias e as esperanças, as dores e as angústias da humanidade contemporânea, especialmente dos mais pobres e dos que sofrem (cf. Gaudium et spes, 1). Se a beleza da Jerusalém celeste é a glória de Deus, ou seja, seu amor, é precisamente e somente na caridade como podemos nos aproximar dela e, em certo modo, habitar nela. Quem ama o Senhor Jesus e observa sua palavra experimenta já neste mundo a misteriosa presença de Deus Uno e Trino, como escutamos no Evangelho: «Veremos a ele e faremos morada nele» (Jo 14, 23). Por isso, todo cristão é chamado a ser pedra viva desta maravilhosa «morada de Deus com os homens». Que magnífica vocação!

[Novamente em Português]
Uma Igreja inteiramente animada e mobilizada pela caridade de Cristo, Cordeiro imolado por amor, é a imagem histórica da Jerusalém celeste, antecipação da Cidade santa, resplandecente da glória de Deus. Ela emana uma força missionária irresistível, que é a força da santidade. A Virgem Maria alcance para a América Latina e no Caribe ser abundantemente revestida da força do alto (cf. Lc 24,49) para irradiar no Continente e em todo o mundo a santidade de Cristo. A Ele seja dada glória, com o Pai e o Espírito Santo, nos séculos dos séculos.
Amém.