quarta-feira, 4 de setembro de 2013

São Francisco de Assis - Cântico das Criaturas


Altíssimo, Omnipotente, Bom Senhor 
Teus são o Louvor, a Glória, 
a Honra e toda a Bênção. 

Louvado sejas, meu Senhor, 
com todas as Tuas criaturas, 
especialmente o senhor irmão Sol, 
que clareia o dia e que, 
com a sua luz, nos ilumina. 
Ele é belo e radiante, 
com grande esplendor; 
de Ti, Altíssimo, é a imagem. 

Louvado sejas, meu Senhor, 
pela irmã Lua e pelas estrelas, 
que no céu formaste, claras. 
preciosas e belas. 

Louvado sejas, meu Senhor. 
pelo irmão vento, 
pelo ar e pelas nuvens, 
pelo sereno 
e por todo o tempo 
em que dás sustento 
às Tuas criaturas. 

Louvado sejas, meu Senhor, 
pela irmã água, útil e humilde, 
preciosa e casta. 

Louvado sejas, meu Senhor, 
pelo irmão fogo, 
com o qual iluminas a noite. 
Ele é belo e alegre, 
vigoroso e forte. 

Louvado sejas, meu Senhor, 
pela nossa irmã, a mãe terra, 
que nos sustenta e governa, 
produz frutos diversos, 
flores e ervas. 

Louvado sejas, meu Senhor, 
pelos que perdoam pelo Teu amor 
e suportam as enfermidades 
e tribulações. 

Louvado sejas, meu Senhor, 
pela nossa irmã, a morte corporal, 
da qual homem algum pode escapar. 

Louvai todos e bendizei o meu Senhor! 
Dai-Lhe graças e servi-O 
com grande humildade! 


---

São Francisco escreveu este cântico no final de sua vida - em 1225, enquanto cego (seus olhos foram cauterizados com brasa devido à uma infecção), incapaz de andar e com os estigmas. (Fonte: Padre Paulo Ricardo)


São Francisco, orai por nós!




domingo, 11 de novembro de 2012

Família - A pequena sociedade


"E se os indivíduos e as famílias, entrando na sociedade, nela achassem, em vez de apoio, um obstáculo, em vez de protecção, uma diminuição dos seus direitos, dentro em pouco a sociedade seria mais para se evitar do que para se procurar."

Leão XIII - Carta Encíclica Rerum Novarum - 1891


sábado, 3 de novembro de 2012

Todos os Santos - por Santa Teresinha


Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Novissima Verba (Últimos Colóquios), 15/7/1897


A comunhão dos santos

A Irmã Maria da Eucaristia queria acender as velas para uma procissão e, como não tinha fósforos, vendo a lamparina que arde diante das relíquias, dela se aproxima mas oh!, encontra-a quase apagada, não lhe restando senão uma pálida luzinha no pavio carbonizado. Apesar disso, consegue acender a sua vela e, a partir dela, as da comunidade toda que, daí a pouco, tinha todas as velas acesas. Foi, pois, esta pequena lamparina, quase extinta, que produziu outras chamas seguras, as quais, por sua vez, puderam produzir uma infinidade doutras e, até, incendiar o universo. No entanto, se quiséssemos determinar a origem desse incêndio, seria preciso reportar-nos sempre àquela minúscula lamparina. Como poderiam então as outras chamas, sabendo disso, gloriar-se de ter causado tamanho incêndio, uma vez que apenas foram acesas por contágio da pequena centelha? [...]


O mesmo se passa com a comunhão dos santos. Sem o sabermos, muitas vezes as graças e as luzes que recebemos ficam a dever-se a uma alma escondida, porque o Deus de bondade quer que os santos comuniquem uns aos outros a graça através da oração, para poderem depois dedicar uns aos outros um grande amor no Céu, um amor muito maior do que o de qualquer família da terra, mesmo a mais perfeita. Quantas vezes pensei que todas as graças que recebi se ficaram a dever à oração que uma qualquer boa alma tenha feito por mim ao Deus de amor, e que só no Céu conhecerei. Sim, uma pequena centelha basta para fazer nascer grandes clarões em toda a Igreja, como doutores e mártires, que ocuparão no Céu um lugar bem acima do dela; mas nem por isso se pode concluir que a glória deles não será também a dela, porque no Céu não haverá olhares indiferentes ─ todos reconhecerão que se devem mutuamente as graças que lhes mereceram essa coroa de glória.


via EQ

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Bento XVI avisa: abusos litúrgicos nos afastam de Cristo



FONTE (Catholic News Agency) - Vaticano, 3 de Outubro - O Papa Bento XVI lembra aos Católicos que a Liturgia pertence a Jesus Cristo e Sua Igreja, e não deve ser alterado de acordo com caprichos individuais.

"Não é o indivíduo - padre ou leigo - ou o grupo que celebra a liturgia, mas é principalmente a ação de Deus através de Sua Igreja, a qual possui sua própria história, sua rica tradição e criatividade ", disse o Papa durante sua audiência geral em Roma dia 3 de Outubro último.

"Essa universalidade e abertura fundamental, que é característica da liturgia por inteira é uma das razões pelas quais não se permite se criar ou alterar de acordo com uma comunidade individual ou por espertos, mas pelos fiéis às formas da Igreja universal" ele diz.

Com mais de 20 mil peregrinos dispostos na Praça de São Pedro, o Papa explicou como a Igreja é tornada mais visível na liturgia onde "Deus entra em nossa realidade e nós podemos nos encontrar com Ele, e tocÁ-lo." . A Liturgia é onde "Ele vem até nós e nós somos iluminados por Ele.".

A primaz importância de Jesus Cristo dentro da liturgia tem sido um tema constantemente abordado pelo Papa Bento XVI em seus 7 anos de Pontificado. Ele sempre demonstra a preocupação que um mau ensinamento pode levar alguns Católicos a entender a liturgia como "horizontal", como uma criação de um grupo ou paróquia na qual a comunidade celebra a si mesma. "A Liturgia não é uma espécie de manifestação própria de uma comunidade", disse aos peregrinos.

 O Papa Bento mostra que quando padres os paroquianos refletem em maneiras de tornar a liturgia "atraente, interessante e bela", eles correm "o risco de esquecer do essencial: Que a Liturgia é celebrada para Deus, e não para nós mesmos".

Para ajudar a conter tais conceitos errôneos, as liturgias papais de Bento XVI são sempre celebradas com um cruxifixo prominentemente centrado no altar.

A liturgia é obra de Deus e Ele é o sujeito, diz o Papa, adicionando que isto significa que ao que toca a liturgia nós devemos nos "abrir a nós mesmos à Ele e sermos guiados por Ele e Seu Corpo, que é a Igreja".

"Se a centralidade de Cristo não emerge durante a celebração, então não é uma liturgia Cristã, totalmente dependente no Senhor e sustentada na sua presença criativa", adiciona.

"Deus age através de Cristo, e nós podemos somente agir por Ele e N´Ele."

Esta convicção deve crescer nos corações e mentes dos Católicos todos os dias pois "a liturgia não é minha ou nossa 'ação', mas a ação de Deus em nós e conosco".

"Peçamos ao Senhor para aprendermos todos os dias a viver a sagrada liturgia, especialmente a celebração Eucarística, rezando no "nós" da Igreja, que direciona seu olhar não em si mesma mas em Deus, e sentindo-se parte da Igreja viva de todos os lugares e através de todo o tempo", conclui o Pontífice.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Nossa Senhora do Carmo






Esta festa, instituída em 1726, comemora o dia em que, conforme as tradições carmelitas, a Virgem apareceu a São Simão Stock, primeiro Superior Geral da Ordem. Maria prometeu abençoar especialmente todos aqueles que, no decorrer dos séculos, usassem o seu escapulário. A Igreja aprovou solene e repetidamente esta devoção mariana nascida na Inglaterra, e os Papas concederam-lhe numerosos privilégios espirituais.
A Virgem do Carmo é padroeira dos marinheiros. Ela é o Porto seguro onde devemos refugiar-nos em todas as tempestades da vida.

I. O CULTO E A DEVOÇÃO à Virgem do Carmo remonta às origens da Ordem Carmelita, cuja tradição mais antiga a relaciona com a pequena nuvem, como a palma da mão de um homem, que se levantava do mar1 e que era vista do cume do Monte Carmelo, enquanto o profeta Elias suplicava ao Senhor que pusesse fim a um longo período de estiagem. A nuvem cobriu rapidamente o céu e trouxe chuva abundante à terra sedenta há tanto tempo. Nessa nuvem carregada de bens viu-se uma figura da Virgem Maria2, que, dando o Salvador ao mundo, foi portadora da água vivificante de que toda a humanidade estava sedenta. Ela nos traz continuamente bens sem número.

A 16 de julho de 1251, a Santíssima Virgem apareceu a São Simão Stock, Superior da Ordem dos Carmelitas, e prometeu graças e bênçãos especiais a todos os que usassem o escapulário. Esta devoção “fez correr sobre o mundo um rio caudaloso de graças espirituais e temporais”3, e a Igreja aprovou-a diversas vezes com numerosos privilégios espirituais. Durante séculos, os cristãos acolheram-se a essa proteção de Nossa Senhora. “Traz sobre o teu peito o santo escapulário do Carmo. – Poucas devoções (há muitas e muito boas devoções marianas) estão tão arraigadas entre os fiéis e têm tantas bênçãos dos Pontífices. Além disso, é tão maternal este privilégio sabatino!”4

A Virgem prometeu aos que vivessem e morressem com o escapulário – ou com a medalha, devidamente abençoada, do Sagrado Coração e da Virgem do Carmo, que o substitui – a graça de obterem a perseverança final5, isto é, uma ajuda particular para se arrependerem nos últimos momentos da sua vida, se não estiverem em graça. A esta promessa acrescenta-se o chamado privilégio sabatino – que consiste em a alma se libertar do Purgatório no sábado seguinte à morte6 – e muitas outras graças e indulgências. Maria, “pela sua caridade maternal, cuida dos irmãos do seu Filho que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à pátria bem-aventurada”7. Não deixemos de recorrer a Ela diariamente, para que nos ajude e proteja. O próprio escapulário pode recordar-nos freqüentemente que pertencemos à nossa Mãe do Céu e que Ela nos pertence, pois somos seus filhos e foi muito o que cada um de nós lhe custou.

II. POR MEIO DESTA DEVOÇÃO, exprimimos uma especial dedicação de todo o nosso ser a Nossa Senhora, pois “na aparição em que a Santíssima Virgem entregou o escapulário a São Simão Stock, a Mãe de Deus manifestou-se como Senhora da graça e como Mãe que protege os seus filhos na vida e na morte.
“O povo cristão venerou a Virgem do Carmo, especialmente por meio do santo escapulário, como Mãe de Deus e Mãe nossa, que se apresenta com estas credenciais: “Na vida, protejo; na morte, ajudo; e, depois da morte, salvo”8. Ela é vida, doçura e esperança nossa, como repetimos tantas vezes na recitação da Salve-Rainha.

A devoção ao santo escapulário do Carmo manifesta a certeza com que confiamos no auxílio maternal da Virgem. Assim como se utilizam troféus e medalhas para exprimir relações de amizade, evocar recordações ou triunfos, nós damos um sentido muito íntimo ao escapulário para nos lembrarmos freqüentemente do nosso amor à Virgem e da sua bendita proteção. Ela toma-nos pela mão e, ao longo de todos os dias da nossa vida aqui na terra, leva-nos por um caminho seguro, ajuda-nos a vencer as dificuldades e tentações: nunca nos abandona, “pois é seu costume favorecer os que se querem valer do seu amparo”9.

Chegará um dia em que soará a hora do nosso encontro definitivo com o Senhor. Precisaremos então, mais do que nunca, da sua proteção e ajuda. A devoção à Virgem do Carmo e ao seu santo escapulário é penhor de esperança no Céu, pois a Santíssima Virgem prolonga a sua proteção maternal além da própria morte. “Maria guia-nos para esse futuro eterno; faz que ansiemos por ele e o descubramos; dá-nos a esperança da vida bem-aventurada, a sua certeza, o seu desejo. Animados por tão esplendorosa realidade, dominados por uma alegria indizível, a nossa humildade e fatigante peregrinação terrena, iluminada por Maria, transforma-se em caminho seguro – iter para tutum – para o Paraíso”10. Ali a veremos, com a graça divina.

Em 1605, foi eleito Papa o Cardeal De Médicis, que tomou o nome de Leão XI. Quando o revestiam com as vestes pontifícias, quiseram tirar-lhe um grande escapulário do Carmo que trazia entre a roupa. Mas o Papa disse aos que o ajudavam: “Deixem-me Maria, para que Maria não me deixe”. Nós também não queremos deixá-la, pois necessitamos muito da sua proteção. Por isso trazemos sempre o seu escapulário. E agora dizemos-lhe que, quando chegar o nosso último momento, iremos abandonar-nos nos seus braços. Temos-lhe pedido tantas vezes que rogue por nós agora e na hora da nossa morte que Ela não se esquecerá!

Na sua visita a Santiago de Compostela, o Papa João Paulo II desejava a todos: “Que a Virgem do Carmo [...] vos acompanhe sempre. Seja Ela a estrela que vos guie, a que nunca desapareça do vosso horizonte, a que vos conduza a Deus, ao porto seguro”11. Pelas mãos de Maria, chegaremos à presença do seu Filho. E se nos restar alguma coisa por purificar, Ela adiantará o momento em que, totalmente limpos, possamos ver a Deus.

Antigamente, representava-se a Virgem do Carmo com um grupo de pessoas aos seus pés, formado por almas rodeadas de chamas no Purgatório, para indicar que Ela intercede particularmente pelos que se encontram nesse lugar de purificação12. “A Virgem é boa para aqueles que estão no Purgatório, porque por Ela obtêm alívio”13, ensinava com freqüência São Vicente Ferrer. O seu amor ajudar-nos-á a purificar-nos nesta vida para podermos estar com o seu Filho imediatamente depois da morte.

III. O ESCAPULÁRIO é também imagem da veste nupcial, da graça divina que deve revestir sempre a alma.
O Papa João Paulo II, falando aos jovens numa paróquia romana dedicada à Virgem do Carmo, recordava-lhes em confidência como recebera especial socorro e amparo da sua devoção à Virgem do Carmo. “Devo dizer-vos – comentava-lhes – que na minha juventude, quando era como vós, Ela me ajudou. Não poderia dizer-vos em que medida, mas penso que foi numa medida imensa. Ajudou-me a encontrar a graça própria da minha idade, da minha vocação”. E acrescentava: a missão da Virgem, essa que se encontra prefigurada e “começa no Monte Carmelo, na Terra Santa, está ligada a uma veste. Esta veste chama-se santo escapulário. Eu devo muito, nos anos da minha juventude, a este escapulário carmelitano. Que a mãe se mostre sempre solícita e se preocupe com a roupa dos seus filhos, de que se apresentem bem vestidos, é algo encantador”. E quando essas vestes se rasgam, “a mãe procura consertá-las”. “A Virgem do Carmo, Mãe do santo escapulário, fala-nos desse cuidado maternal, dessa sua preocupação por vestir-nos. Vestir-nos em sentido espiritual. Vestir-nos com a graça de Deus e ajudar-nos a conservar essa roupa sempre limpa”. O Papa aludia às vestes brancas usadas pelos catecúmenos dos primeiros séculos, como símbolo da graça santificante que recebiam com o batismo. E depois de exortar a conservar a alma sempre limpa, concluía: “Sede também vós solícitos em colaborar com a Mãe boa, que se preocupa com as vossas vestes, e especialmente com as vestes da graça, que santifica a alma dos seus filhos e filhas”14. Essas vestes com que um dia nos apresentaremos ao banquete nupcial.

O escapulário do Carmo pode ser uma grande ajuda para amarmos mais a nossa Mãe do Céu, um lembrete para que não nos esqueçamos de que lhe estamos dedicados e de que, num momento de dificuldade, no meio de uma tentação, contamos com a sua ajuda. Com palavras do Gradual da festa de hoje, pedimos a Nossa Senhora: Recordare Virgo Mater Dei [...] ut loquaris pro nobis bona. “Lembrai-vos, ó Virgem Mãe de Deus, quando estiverdes na presença de Deus, de dizer-lhe coisas boas de nós”15; também nesses dias em que não tenhamos sido tão fiéis como Deus espera dos seus filhos.

(1) 1 Rs 18, 44; (2) cfr. Professores de Salamanca, Bíblia comentada, BAC, Madrid, 1961, vol. II, pág. 450; (3) Pio XII, Alocução, 6-VIII-1950; (4) Josemaría Escrivá, Caminho, 7ª ed., Quadrante, São Paulo, n. 500; (5) cfr. Inocêncio IV, Bula Ex parte dilectorum, 13-I-1252; (6) cfr. João XXII, Bula Sacratissimo uti culmine, 3-III-1322; (7) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 62; (8) Card. Gomá, María Santísima, 2ª ed., R. Casulleras, Barcelona, 1947; (9) Santa Teresa, Fundações, 23, 3; (10) Paulo VI, Homilia, 15-VIII-1966; (11) João Paulo II, Alocução, 9-XI-1982; (12) cfr. M. Trens, María, Iconografía de la Virgen en el arte español, Plus Ultra, Madrid, 1946, pág. 378; (13) São Vicente Ferrer, Sermão II sobre o Natal; (14) João Paulo II, Alocução, 15-I-1989; (15) Graduale Romanum, pág. 580.

Fonte - "Francisco Fernández Carvajal" Hablar Con Dios

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Devoção à Maria, por Padre Paulo Ricardo

Post do Facebook, por Padre Paulo Ricardo:
30 de maio
A Devoção à Nossa Senhora
Muito conhecido, mas sempre belo e significativo este episódio: Uma mãe ensina seu filho como fazer o sinal de cruz. Pega sua mãozinha e leva à testa: "Em nome do Pai, FIlho e Espírito Santo. Amém. Repete comigo." "Mas, mãe, onde está a Mamãe?" Comovente intuição. A presença da mãe não é secundária para a vida cristã. Ou seja: a devoção a Nossa Senhora não é absolutamente um ornamento a mais, mas é indispensável. Ao contrário, Jesus obscurece-se quando Maria está à sombra - escreveu o Pe. Faber - ou seja, sem a devoção mariana, decai até o amor a Jesus. Neste sentido, o grande S. Afonso Maria de Ligóri queria a presença de Maria em tudo o que fazia. Quando pregava, queria a imagem dEla junto aonde estava pregando. Disse àqueles que estavam perto: "Hoje não fará grande efeito o sermão, porque Nossa Senhora não está aqui". A Igreja ensina que a devoção a Maria é moralmente necessária ao cristão para se salvar, porque é elemento qualificador de piedade genuína da Igreja (Marialis cultus, introdução) E ainda: a piedade da Igreja através da Virgem Maria é elemento intrísenco do culto cristão (Ivi,56.) Nunca poderemos ficar conformes a Jesus se não amamos Maria Santíssima como Ele. Este é o elemento fundamental da vida cristã, dizia o Papa Pio XII. Maria deve ocupar em nossa vida o lugar que a mãe ocupa na família, ou seja, o lugar do centro vital, de coração e de amor. O que é uma família sem mãe?
Ela nos une a Jesus
"Se Deus nos predestinou para sermos conformes ao seu Filho (cf. Rm 8,29), Maria - diz S. Luis Maria Grignion de Montfort - foi a fôrma que formou Jesus e que continuou a formar Jesus em todos os que a Ela se entregam". Esculpir uma estátua exige um grande trabalho; servir-se de uma fôrma é muito mais simples. Por isso os devotos de Maria podem ficar conformes Jesus no modo mais rápido, mais fácil e mais agradável, dizia S. Maximiliano Maria Kolbe. Quando está fora do lugar, a mesquinha preocupação de quem considera a Devoção a Maria com certa suspeição, ou com o metro na mão, porque teme que se possa exceder, comprometendo a plenitude da vida cristã e da mais alta santificação. É próprio todo o contrário. A Igreja o ensina beníssimo. S. Pio X, em uma encíclica mariana, recolhendo a voz dos padres e dos santos, escreve: "Ninguém no mundo, quanto Maria, conheceu fundo Jesus. Ninguém maior é mestre e melhor guia para fazer conhecer Cristo. Por conseqüência, ninguém é mais eficaz do que a Virgem para unir os homens a Jesus." O Concilio Vaticano II pontualizou que a devoção Mariana não só não impede minimamente o imediato contato com Cristo, mas o facilita (Lumen Gentium, n.0). O Papa Paulo VI acrescentou que Maria não só favorece como tem a missão de unir a Jesus para reproduzir nos filhos os lineamentos espirituais do Filho primogênito (Marialis Cultus, n.57). Que tesouro, então, é uma ardente devoção a Maria!
Ela nos leva ao Paraíso
S. Gabriel de Nossa Senhora das dores disse ao seu Padre espiritual: "Padre, eu tenho certeza de ir para o Céu. " "E como o sabes?" Perguntou o Padre. "Porque já estou lá! Amo Nossa Senhora, então estou no Paraíso!" É assim mesmo! O amor a Maria é sinal de predestinação, garantia do Ceu, é amor de Paraíso. Este é ensinamento comum da Igreja. Basta lembrar aqui 3 grandes Doutores da Igreja. S. Agostinho diz que todos os predestinados se acham fechados no seio de Maria, por isso o amor a Maria é um sinal precioso de salvação. S. Boaventura diz que quem é assinalado pela devoção mariana será assinalado no livro da Vida. S. Afonso de Ligóri assegura que quem ama Maria pode estar tão certo do Paraíso como se já lá se encontrasse. Se é sinal de predestinção, então a devoção a Maria deve ser como o tesouro escondido no campo do qual fala Jesus no Evangelho (cf. Mt 13,44). E precisamos mesmo tomar cuidado e cultivar mesmo a devoção mariana porque S. Leonardo de Porto Maurício chega a dizer que é impossível que se salve quem não é devoto de Maria. E tem razão. O porquê diz S. Boaventura: "como por intemédio d'Ela, Deus desceu até nós e ascendamos até Deus, e então ninguém pode entrar no Paraíso se não passa por Maria que é a porta". Por isso quando S. Carlos Borromeu fazia pôr a imagem de Nossa Senhora em todas as portas das Igrejas, queria mostrar aos cristãos que não se pode entrar no Templo do Paraíso sem passar pela "Porta do Céu". Como conclusão, se temos a devoção a Maria, devemos guardá-la e cultivá-la com grande amor. Se não a temos, peçamo-la com todas as forças como dom de Graça principal deste mês de maio. Lembremos a esplêndida sentença de S. João Damasceno: "Deus faz a graça da devoção a Maria àqueles que deseja salvar". Que esta graça ocupe todo nosso coração. É uma graça que vale o Paraíso. Tinha razão S. Pe Pio ao dizer que a devoção a Maria vale mais que a teologia e a filosofia, e tinha razão S. Maximiliano ao dizer que o amor a Maria faz viver e morrer felizes.
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Fenomenal!
Salve Maria!

domingo, 13 de maio de 2012

Feliz dia das mães! Salve Nossa Senhora de Fátima!




"Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro". (Eclo 3,5)

Quis o Senhor que hoje fossem homenageadas àquelas que por Sua graça e bondade, gerassem aqui na terra um ser, cujo corpo delas provém, mas cuja alma vem do Criador. Não há neste mundo, dominado pelo pecado e pelo mal, ser que melhor espresse a bondade do Pai e que exprima de forma tão veemente o amor - ainda que imperfeitamente - que só Dele provém.

Mas quis também Ele que nesta data 13 de Maio, há 95 anos, numa cidade pequenina em Portugal, a Mãe sem pecado concebida, e que concebeu Àquele cujos pecados do mundo todo livraria, aparecesse à três pequenos pastorinhos trazendo uma mensagem do Pai: orem, convertam-se e façam penitência!

"Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz.. por fim o meu Imaculado Coração triunfará"

"Que significa isto? Significa que este Coração aberto a Deus, purificado pela contemplação de Deus, é mais forte que as pistolas ou outras armas de qualquer espécie. O fiat de Maria, a palavra do seu Coração, mudou a história do mundo, porque introduziu neste mundo o Salvador: graças àquele « Sim », Deus pôde fazer-Se homem no nosso meio e tal permanece para sempre. Que o maligno tem poder neste mundo, vemo-lo e experimentamo-lo continuamente; tem poder, porque a nossa liberdade se deixa continuamente desviar de Deus. Mas, desde que Deus passou a ter um coração humano e deste modo orientou a liberdade do homem para o bem, para Deus, a liberdade para o mal deixou de ter a última palavra. O que vale desde então, está expresso nesta frase: « No mundo tereis aflições, mas tende confiança! Eu venci o mundo » (Jo 16, 33). A mensagem de Fátima convida a confiar nesta promessa." (Joseph Card. Ratzinger - hoje Bento XVI)

Que Deus abençoe hoje todas as mães...


Isilda, a minha mãe - Ronayna a mãe dos meus filhos - minhas avós, tias, irmãs, cunhada, amigas.


.. e que Nossa Senhora de Fátima as cubra com seu manto!


Salve Maria!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

OFERECER AS OBRAS DO DIA


I.         PARA ORDENARMOS a nossa vida, o Senhor deu-nos os dias e as noites. O dia fala ao dia e a noite comunica à noite os seus pensamentos1. E cada novo dia recorda que temos de continuar os nossos trabalhos interrompidos e renovar os nossos projetos e as nossas esperanças: “O homem sai para o trabalho e lá fica até o anoitecer. Depois chega a noite e, com um sorriso bondoso, Deus manda-nos pôr de lado todas as ninharias a que nós, pobres mortais, damos tanta importância [...], fecha-nos os livros, esconde-nos as distrações, cobre com um grande manto negro as nossas existências...; quando a escuridão nos envolve, passamos por um ensaio geral da morte; a alma e o corpo despedem-se um do outro... Então chega a manhã e com ela o renascimento”2.
De certa maneira, cada dia começa com um nascimento e acaba com uma morte; cada dia é como uma vida em miniatura. No fim, a nossa passagem pelo mundo terá sido santa e agradável a Deus se tivermos tido a preocupação de que cada dia fosse grato a Deus, desde que o sol despontou até o seu ocaso, como também a noite, porque a teremos igualmente oferecido a Deus.
O hoje é a única coisa de que dispomos para santificar. O dia fala ao dia; o dia de ontem sussurra ao de hoje e nos diz da parte do Senhor: “Começa bem”. O dia de ontem desapareceu para sempre, com todas as suas possibilidades e com todos os seus perigos. Dele só ficaram motivos de contrição pelas coisas que não fizemos bem, e de gratidão pelas inumeráveis graças, benefícios e cuidados que recebemos de Deus. O “amanhã” ainda está nas mãos do Senhor. “Porta-te bem «agora», sem te lembrares de «ontem», que já passou, e sem te preocupares com o «amanhã», que não sabes se chegará para ti”3.
O que devemos santificar é, pois, o dia de hoje. Mas como havemos de fazê-lo, se não o começamos oferecendo-o a Deus? Só os que não conhecem a Deus e os cristãos tíbios é que começam os seus dias de qualquer maneira. O oferecimento de obras pela manhã é um ato de piedade que orienta bem o dia, que o dirige para Deus desde o princípio, tal como a bússola aponta para o Norte; prepara-nos para escutar e atender as constantes inspirações e moções que o Espírito Santo nos segredará ao longo do dia que começa, um dia que nunca se repetirá. Se ouvirdes hoje a sua voz, não queirais endurecer o vosso coração4. O Senhor fala-nos todos os dias.
Dizemos ao Senhor que queremos servi-lo no dia de hoje, que queremos tê-lo presente. “Renovai todas as manhãs, com um serviam! decidido – Senhor, eu te servirei! –, o propósito de não ceder, de não cair na preguiça ou no desleixo, de enfrentar os afazeres com mais esperança, com mais otimismo, bem persuadidos de que, se em alguma escaramuça formos vencidos, poderemos superar esse baque com um ato de amor sincero”5.
As nossas obras chegarão mais cedo a Deus se lhe oferecermos o dia através de sua Mãe, que é também a nossa Mãe. “Aquilo que desejes oferecer, ainda que seja pouco, procura depositá-lo nas mãos de Maria, mãos graciosissímas e digníssimas de todo o apreço, a fim de que seja oferecido ao Senhor sem que desperte a sua repulsa”6.

II.        O COSTUME DE OFERECER o dia a Deus já era vivido pelos primeiros cristãos: “Logo que acordam, antes de enfrentarem novamente o bulício da vida, antes de conceberem em seu coração qualquer idéia, antes mesmo de se lembrarem do cuidado dos seus interesses familiares, consagram ao Senhor o nascimento e princípio dos seus pensamentos”7.
Muitos bons cristãos têm o hábito adquirido de dirigir o primeiro pensamento do dia para Deus. E, a seguir, de viver o “minuto heróico”, que é uma boa ajuda para fazer animosamente o oferecimento de obras e começar bem o dia. “O minuto heróico. – É a hora exata de te levantares. Sem hesitar: um pensamento sobrenatural e... fora! – O minuto heróico: aí tens uma mortificação que fortalece a tua vontade e não debilita a tua natureza”8. “Se, com a ajuda de Deus, te venceres, muito terás adiantado para o resto do dia. Desmoraliza tanto sentir-se vencido na primeira escaramuça!”9
Ainda que não seja necessário adotar uma fórmula concreta, é conveniente ter um modo habitual de cumprir esta prática de piedade, tão útil para que todo o dia ande bem. Há quem recite alguma oração simples, aprendida na infância ou quando já era crescido. É muito conhecida esta oração à Virgem, que serve ao mesmo tempo de oferecimento de obras e de consagração pessoal diária a Nossa Senhora: Ó Senhora minha, ó minha Mãe! Eu me ofereço todo a Vós e, em prova da minha devoção para convosco, Vos consagro neste dia meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e inteiramente todo o meu ser. E como assim sou vosso, ó boa Mãe, guardai-me e defendei-me como coisa e propriedade vossa. Amém.
Além do oferecimento de obras, cada um deve ver o que pode ser conveniente acrescentar às suas orações ao levantar-se: mais alguma oração a Nossa Senhora, uma invocação a São José, ao Anjo da Guarda. É também o momento adequado de recordar os propósitos de luta feitos no exame de consciência do dia anterior, e de renovar o desejo de cumpri-los, com a graça de Deus.
Senhor Deus todo-poderoso, que nos fizestes chegar ao começo deste dia, salvai-nos hoje com o vosso poder, para que não caiamos em nenhum pecado e as nossas palavras, pensamentos e atos sigam o caminho dos vossos preceitos10.

III.      TEMOS QUE DIRIGIR-NOS ao Senhor todos os dias pedindo-lhe ajuda para tê-lo presente em quaisquer circunstâncias; não apenas nos momentos dedicados expressamente a falar com Ele, mas também nas atividades diárias normais, pois queremos que, além de estarem bem feitas, sejam oração grata a Deus. Por isso podemos dizer com a Igreja: Nós te pedimos, Senhor, que previnas as nossas ações e nos ajudes a prossegui-las, a fim de que todo o nosso trabalho comece sempre em Ti e por Ti alcance o seu fim11.
A Santa Missa é o momento mais adequado para renovarmos o oferecimento da nossa vida e das obras do dia. Enquanto o sacerdote oferece o pão e o vinho, nós oferecemos tudo quanto somos e possuímos, bem como tudo aquilo que nos propomos fazer no dia que começa. Colocamos na patena a memória, a inteligência, a vontade... Colocamos nela a família, o trabalho, as alegrias, a dor, as preocupações..., e as jaculatórias e os atos de desagravo, as comunhões espirituais, os pequenos sacrifícios, os atos de amor com que esperamos preencher o dia.
Sempre serão pobres e pequenos estes dons que oferecemos, mas, ao unirem-se à oblação de Cristo na Missa, tornam-se incomensuráveis e eternos. “Todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas, a vida conjugal e familiar, o trabalho cotidiano, o descanso do corpo e da alma, se praticados no Espírito, e mesmo os incômodos da vida pacientemente suportados, tornam-se hóstias espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo (1 Pe 2, 5), hóstias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor na celebração da Eucaristia”12.
No altar, ao lado do pão e do vinho, deixamos tudo quanto somos e possuímos: anseios, amores, trabalhos, preocupações... E no momento da Consagração entregamo-los definitivamente a Deus. Agora, já nada disso é só nosso, e portanto – como quem o recebeu em depósito e para o administrar – devemos utilizá-lo para o fim a que o destinamos: para a glória de Deus e para fazer o bem aos que estão à nossa volta.
O fato de termos oferecido todas as nossas obras a Deus ajuda-nos a executá-las melhor, a trabalhar com mais eficácia, a estar mais alegres na vida em família ainda que estejamos cansados, a ser melhores cidadãos, a esmerar-nos na convivência com todos. Aliás, podemos repetir em pensamento o nosso oferecimento de obras muitas vezes ao longo do dia; por exemplo, quando iniciamos uma nova atividade ou quando aquilo que estamos fazendo se torna especialmente difícil. O Senhor também aceita o nosso cansaço, que desse modo adquire um valor redentor.
Vivamos cada dia como se fosse o único que temos para oferecer a Deus, procurando fazer bem as coisas, retificando-as quando as fazemos mal. E um desses dias será o último, e também o teremos oferecido a Deus, nosso Pai. Então, se tivermos procurado viver oferecendo continuamente a Deus a nossa vida, ouviremos Jesus que nos diz, como ao bom ladrão: Em verdade te digo, hoje estarás comigo no Paraíso13.

(1) Sl 18, 3; (2) R. A. Knox, Meditações para um retiro, Prumo, Lisboa, 1960, pág. 30-31; (3) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 253; (4) Sl 35, 8; (5) Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 217; (6) São Bernardo, Hom. na natividade de N. Senhora, 18; (7) Cassiano, Colações, 21; (8) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 206; (9) ib., n. 191; (10) Preces de laudes, Liturgia das horas da quinta-feira da quinta semana do Tempo Pascal; (11) ib.; (12) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 34; (13) Lc 23, 43.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

LUTO: O dia que o Brasil aprovou o infanticídio

Aproveito o trabalho sempre muito bem feito do Cadu do Dominus Vobiscum, para documentar:
 
 
Que Maria Santíssima proteja seus filhos brasileiros, os que merecem e os que não, os nascidos ou não, e que Deus nos livre das portas do Inferno abertas em nosso país.

"E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela". (Mt 16,18)

Aproveito para divulgar o livro do Cadu:


Em Cristo, Salve Maria!